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16-nove_amados-de-deus

16 de novembro de 2017

O Intrometido

“Como alguém que pega pelas orelhas um cão qualquer, assim é quem se mete em discussão alheia” (Pv 26.17 NVI).



Certa vez, assisti a uma reportagem sobre treinamento dos cães policiais. Fiquei impressionado com a técnica e a disciplina com que os animais são adestrados para o trabalho da polícia. Os cães que vi superaram em muito as minhas expectativas a respeito deles. Cheguei a vê-los como policiais de verdade. A única coisa que fugiu do controle foi quando o repórter quis chegar perto demais do cão. A princípio, o animal estava totalmente controlado, até que o repórter colocou o braço ao redor do pescoço dele naquela famosa pose para fotografias. O cão se sentiu ameaçado e mordeu imediatamente o rosto do repórter. Foi muito feio!


Pensando em um ataque feroz desse tipo, Salomão fala sobre o que costuma acontecer com pessoas que têm por hábito se intrometer nos negócios alheios, a quem ele se refere como “quem se mete em discussão alheia”. O cenário não é detalhado, mas é certo que ele pinta um conflito privado entre algumas pessoas. Seja por qual motivo for, trata-se de assuntos pessoais que devem ser discutidos e resolvidos pelas partes diretamente envolvidas, o que já é uma tarefa árdua e às vezes demorada. Porém, por pior que seja, sempre há potencial nessas situações para que tudo fique ainda pior. Uma das razões de se dificultar o que já é complicado é a interferência de terceiros. Por melhores que sejam as intenções de quem toma partido ou de quem quer resolver o que está fora da sua esfera de governo e de direito, sempre há invasão de áreas e interesses privados, abrindo portas para desfechos piores.


Por isso, o escritor compara essa situação causada pelo intrometido “como alguém que pega pelas orelhas um cão qualquer”. A menção a “um cão qualquer” serve para elucidar que não se trata do próprio animal de estimação, o qual não estranharia uma aproximação como essa. Mas, sendo um animal alheio, ele não se agrada de ser dominado pelas orelhas, aproveitando a proximidade da boca para desferir mordidas raivosas e altamente danosas. Trata-se de um risco muito parecido com o que corre aquele que é tolo o bastante para se intrometer nos problemas alheios e para fazer comentários sobre o que não lhe diz respeito. E o pior de tudo é que as pessoas que brigam acabam se entendendo, ao passo que continuam bravas com quem se meteu nos seus problemas. O melhor a fazer em situações assim é dar privacidade a quem precisa resolver suas intimidades e esperar que o temporal passe. Se não, é certo que a tormenta sempre se acalma, mas as casas que desabam no temporal continuam caídas quando chega a bonança. Proteja a sua casa!

pr. thomas tronco

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