Meditação © Amplo Publications

27 de julho de 2017

A Baixa Condição Social

Se você acompanhou as meditações anteriores, então vai se lembrar de que as provações se levantam quando um cristão rompe com seu velho estilo de vida pecaminoso; ou quando recebe acusações infundadas dos incrédulos e também quando é insultado por se recusar a viver no mesmo estilo de vida pagão de outrora. Hoje quero falar sobre a última fonte de provação.


Penso que a baixa condição social constitui-se numa fonte de provas para o cristão. Ao ler a Bíblia, principalmente o NT, a gente percebe que a maioria esmagadora dos cristãos é feita de gente simples, pobre, que passava dificuldades financeiras. Não significa que ricos não se tornaram cristãos, sim, e Deus os usou como seus instrumentos para realizar sua obra. Mas, a Classe Social dos cristãos primitivos era a mais baixa da Sociedade, e por isso também passavam por todo tipo de provações. No geral a igreja era formada por servos ou escravos, artesãos, trabalhadores rurais, serviços gerais e empregados domésticos. Os destinatários da carta de Pedro não são de gente influente, mas de pessoas sujeitas às autoridades (I Pe 2.13) e que em sua maioria era de escravos (I Pe 2.18), um termo que indica os que cuidam da casa, os domésticos (oiketai).


Como reagir diante de injustiças sociais sem vacilar nem perder a fé? O conselho de Pedro é para que os cristãos se “sujeitem aos seus patrões”, e não deixa margem para especulações aos afirmar que a obediência é para todos, “não somente os bons, mas os maus também”. Ser cristão com baixa renda nunca foi fácil. As possibilidades estão sempre aquém, as dificuldades crescem com uma enfermidade ou quando se deseja fazer algo que requer recurso financeiro. Para aqueles cristãos da Ásia Menor as coisas não eram fáceis também: [1] arrumar emprego; [2] vender seus artesanatos, [3] trabalhar para não cristãos, [4] ter seus direitos; [5] viver como pessoas normais; e, além disso, havia o sofrimento causado pelo fato de serem cristãos: “Contudo, se [alguém] sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome” (I Pe 3.16).


Meus queridos, tenho dois conselhos. 1). Se vocês fazem parte daquele grupo de baixa renda na igreja não se sintam menores por causa da condição social de vocês, pelo contrário louvem a Deus e dependam da sua graça porque não havia muita gente influente nas fileiras do cristianismo primitivo: “Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele” (I Co 1.26-29). 2). Por outro lado, se vocês fazem parte daquele grupo que pela graça de Deus tem uma boa renda e melhores condições sociais, então quero motivá-los com as palavras do apóstolo Paulo: “Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos para repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida (I Tm 6.17-19). Deus nos abençoe!

pr. Sebastião Machado

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