Meditação © Amplo Publications

1 de julho de 2015

Os Retos Habitarão a Terra

“Para andares pelos caminhos dos bons, e te conservares nas veredas dos justos. Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela. Mas os ímpios serão arrancados da terra, e os aleivosos serão dela exterminados” (Pv 2.20-22 NVI).



John Quincy Adams (1767-1848), presidente norte-americano de 1825 a 1829, disse, certa vez: “Por muitos anos eu tenho mantido a prática de ler a Bíblia toda a cada ano. Meu costume é ler quatro ou cinco capítulos pela manhã, imediatamente após levantar da minha cama. Gasto cerca de uma hora nisso, o que me parece a forma mais conveniente de começar o dia. O que quer que leiamos na Bíblia, seja com referência à revelação, à história, ou à moralidade, é uma mina de valor inestimável e inesgotável de conhecimento e virtude”. Com isso, ele definiu muito bem a necessidade que o cristão tem de conhecer e respeitar a Palavra de Deus, além de obedecê-la.



Salomão pensava a mesma coisa. Depois de apontar perigos que rodeiam o homem e precisam ser evitados pela sabedoria, o escritor levanta agora uma questão mais abrangente. Seu objetivo ainda é dizer que a sabedoria é um bom tutor para quem quer andar “pelos caminhos dos bons” e se conservar “nas veredas dos justos” — o que, por si só, já é um benefício incalculável. Porém, o escritor vê isso como um requisito para um benefício adicional, pelo que diz que “os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela”. Para o leitor do século 21, a menção aqui à “terra” quase sempre é compreendida como um sinônimo de “mundo”, fazendo os leitores concluir que se trata de uma mensagem sobre vida e morte. Mas o leitor judeu do passado compreenderia o mesmo termo “terra” como a terra prometida à descendência de Abraão, ou seja, o território de Israel — e era exatamente isso que Salomão queria dizer com o termo. Mas, por que isso seria importante?



O que o escritor enfatiza aqui é a promessa de bênção prevista na lei judaica — conhecida como aliança mosaica — na qual Deus prometeu recompensar a obediência do povo com sua permanência na terra da promessa (Dt 28.1,11). Contudo, essa bênção não está reservada para todos, pois “os ímpios serão arrancados da terra, e os aleivosos serão dela exterminados”, sendo esse um alerta aos judeus rebeldes de que, caso não obedecessem a Deus segundo as prescrições da aliança, eles seriam exilados de sua terra, tornando-se servos odiados em terras estrangeiras — como previsto na mesma lei de Moisés (Dt 28.15,63-65). Por isso, a lição que Salomão quer ensinar é que não há como um servo de Deus ser abençoado sem conhecer as Escrituras e sem seguir seus caminhos. O cristianismo não deve ser vivido instintivamente, como se cada um pudesse determinar seu modo de servir ao Senhor. Quem determina o caminho que devemos trilhar é o próprio Deus e ele o faz por meio daquilo que revelou nas Escrituras. Pelo jeito, vale a pena acordar um pouco mais cedo para ler a Bíblia e ser fiel e humilde para obedecê-la.




1 O título desta meditação não é de autoria do Pr. Thomas Tronco.

pr. thomas tronco 

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