Meditação © Amplo Publications

1 de janeiro de 2015

Ano Novo

Todo inicio de ano as pessoas reavaliam o ano que passou e estabelecem novas metas para o novo ano que chega. Eu não sou diferente. Decidi fazer minha avaliação no dia de natal.


Depois que todos os festejos tinham acabado, sentei-me no sofa e mirei a árvore de natal e seus enfeites. Meus olhos começaram ficar embaçados com o fulgor das luzes da árvore de natal que pareciam  brilhar cada vez mais, como se estivessem me chamando para dentro de si. E foi isso que senti. Parecia que eu estava entrando naquele mundo luminoso, como se eu fosse num disco voador passeando por entre as luzes daquela árvore. E nessa viagem encantada entre luzes e luzes, deparei-me com uma árvore de natal gigante, cheia de luzes, que na verdade parecia mais um prédio enorme. E como um helicóptero, posei no topo dela.


Dali eu podia avistar tudo, como se nada pudesse se ocultar aos meus olhos, mesmo sendo noite, como se meus olhos fossem altamente treinados para enxergar em total escuridão. De repente, todas as luzes se apagaram, e somente um faixo de luz estava direcionado a mim, cegando-me momentaneamente a visão, como se eu estivesse num palco e um canhão de luz  estivesse direcionado para o meu rosto, sem eu poder ver as pessoas na platéia.


Ao mesmo tempo que isso acontecia, um vento impetuoso me cercou, parecendo um furacão querendo me arrancar daquele lugar e me atirar longe dali. Senti muito medo, pois achava que estava perdido e iria morrer.  Então ouvi uma voz, como voz de trovão, dizendo: “Não tenha medo”. E ao som dessa voz tremenda, o vento se recolheu como estivesse sendo sugado por um aspirador gigante, o que fez com que eu me assustasse ainda mais. Lembrei-me, então, de Ezequiel e do que semelhantemente acontecera com ele, e pensei com meus botões: “Será o Senhor?”


Quando é o Senhor, não precisa falar, ele conhece todo o nosso pensamento. E ele respondeu: “Sou eu que falo contigo”. Então mais assustado fiquei, e tremi nas pernas. Não sei se tremi de medo ou de emoção por ouvir Deus falar comigo. Sempre sonhei com isso, ver o Senhor e falar com ele. Agora eu estava ali ouvindo a sua voz. Talvez a emoção tenha falado mais alto. Mas o Senhor continuou: “Trouxe você aqui porque queria lhe mostrar algo”. Então, abriu-se diante de mim um telão imenso, suspenso no ar, de imagem cristalina que quase não acreditei no que estava vendo. Olhei bem e notei que o que estava se passando diante de mim era eu mesmo, de joelhos, na minha cama, dizendo as seguintes palavras:


“Senhor,  prometo que ano que vem buscarei mais a tua presença. Quero começar o meu dia diferente, acordando e lendo a tua palavra, orando e colocando todo o meu dia nas tuas mãos. Quero dar prioridade à minha esposa e meus filhos, ajudando-a nas tarefas de casa, e especialmente colocando a lata de lixo na rua sem que ela me peça para fazê-lo. Quero orar mais, quero ser fiel à igreja, não dando desculpas para não ir ao culto e escola dominical. Quero dizimar, muito embora não acredite que o dízimo seja uma exigência sua, mas que minha contribuição financeira para com a igreja seja de coração. Quero melhorar no meu trabalho, dando testemunho da minha fé e até mesmo evangelizando. Quero falar de Jesus para os meus amigos íntimos que nunca ouviram de minha boca que eu sou crente. Não quero que eles vão para o inferno, mas eu não tenho feito nada para eles não deixarem de ir. Mas, acima de tudo, que eu seja íntegro em tudo que fizer, seja honesto em todas as coisas, mesmo que isso custe o meu conforto e de minha família, para que o Senhor seja honrado em minha vida. Usa-me, Senhor, neste novo ano.”


Assim que eu ouvi tudo isso, o telão foi mostrando cenas de todos os anos anteriores onde eu quase que automaticamente repetia todos os anos as mesmas coisas, e quando chegava o fim do ano, parecia que nada tinha mudado e nada eu tinha feito para cumprir as promessas e votos de ano novo que eu fizera.


Então ouvi um estalo bem forte, como se fosse algo se quebrando, e pareceu que nesse momento eu acordara de um sonho. E quando olhei para minha mão direita vi cacos de bola de natal, que se quebrara ao ser apertada com tanta força. Ajoelhei-me ali mesmo naquele sofa e clamei por misericórdia, pedido que esse ano fosse diferente, não fazendo promessas que nunca seriam cumpridas, mas que eu fosse sensível ao Espírito para ser, de fato, o crente que ele queria que eu fosse.

Armindo Lobato

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