Meditação © Amplo Publications

25 de março de 2015

Se Já Sou Eleito Mesmo,

Por causa do texto que escrevi na semana passada, um leitor me enviou a mensagem abaixo:


Prezado Pr. Marcos:


Eu gostaria de dizer que concordo com o que o senhor escreveu no boletim da semana passada, mas minhas dúvidas são outras.


Tendo em vista a eleição incondicional, qual o ponto chave para que um crente não esfrie seu amor por Deus ou deixe de fazer boas obras por saber que é eleito? Outra coisa: Por que ele se sentiria no dever de evangelizar, se Deus já tem seus eleitos que fatalmente irá salvar? Devo orar para que Deus salve os outros? Será que adiantaria orar por isso se Deus já elegeu os seus? Já que somos eleitos, é necessária a comunhão?


Minha dúvida é nesses pontos, pois parece que a doutrina da eleição deixa os crentes “de mãos atadas”. Não importa o que eu faça, Deus já elegeu os seus, seja para o seu amor ou para a sua ira.


Irmão Y


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Sei que os questionamentos do irmão Y são muito comuns. Por isso, publico aqui a resposta dada a ele também.


Prezado irmão Y:


Obrigado por ter coragem de levantar essas questões. Você não tem ideia de como exatamente essas perguntas incomodam os crentes que aprendem a doutrina da eleição incondicional. Aliás, muitas vezes, os arminianos as fazem para atacar essa doutrina, acreditando ingenuamente que elas são um “xeque-mate” para a teologia bíblica da soberania de Deus na salvação. De antemão, porém, deixe-me tranquilizá-lo. Essas perguntas não são um xeque-mate. Como você verá, elas são apenas os movimentos inofensivos de um peão nas mãos de um aprendiz de xadrez. Vamos por partes.


A figura de alguém que nasceu de novo pela fé em Cristo e passa a vida sem amor por Deus, sem boas obras e sem preocupação com a vida de santidade é uma invenção. Essa figura não existe. Vou explicar por quê.


Note bem: para o arminianismo a fé salvadora é apenas uma decisão humana, algo de origem natural que procede da mente da pessoa, como a decisão de fazer um curso de espanhol ou a opção de acreditar nas histórias contadas por nossos avós. Para eles, a fé salvadora é algo só da gente — uma reação natural, humana e, às vezes, passageira.


Segundo a Bíblia, porém, a fé salvadora não é assim. Ela é uma fé santa, sobrenatural e transformadora, cuja fonte é Deus, sendo ele também quem a concede aos seus eleitos (Jo 6.37,44,65; Ef 2.8; Fp 1.29; Hb12.2). Aliás, seria uma piada acreditar que uma fé dessa natureza pudesse ser gerada pelo depravado e enganoso coração humano (Jr 17.9). Isso seria o mesmo que acreditar que uma fossa produza orquídeas ou que uma lesma possa dar à luz um querubim. Um absurdo!


Pois bem, essa fé santa, segundo a Bíblia, não é somente santa. Ela também é santificadora. Isso significa que ela é dinâmica e atuante, trabalhando na vida de quem a recebeu e produzindo transformações na vida dessa pessoa. Um professor meu dizia que o homem salvo é...

 

Continua…

 Pr. marcos granconato 

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