Meditação © Amplo Publications

4 de junho de 2015

Ouça, Meu Filho!

“Ouça, meu filho, a instrução de seu pai e não despreze o ensino de sua mãe. Eles serão um enfeite para a sua cabeça, um adorno para o seu pescoço” (Pv 1.8,9 NVI).



Clifton Fadiman (1904-1999), intelectual norte-americano, escritor, editor e personalidade de rádio e televisão, disse, certa vez, que o bom professor raramente é popular. Para ele, tal professor está interessado em algo mais importante do que ganhar o afeto de um séquito interminável de jovens. Durante muito tempo, Fadiman sustentou que toda a faculdade podia elevar seus padrões simplesmente demitindo anualmente todo professor que fosse qualificado pela turma de formandos como o “mais querido”.



É claro que a proposta de Fadiman é extrema demais para ser justa, mas ele tinha razão ao expor que o ensino correto nem sempre é bem-recebido por quem mais precisa dele. Como os pais formam a primeira linha de ensino das pessoas, Salomão diz: “Ouça, meu filho, a instrução de seu pai e não despreze o ensino de sua mãe”. O termo “meu filho” é frequente nos capítulos 1 a 9, demonstrando que essa seção tinha como alvo primário, mas não único, o sucessor do trono de Israel. Além de ser o próximo governante, tal sucessor era também seu filho e sua responsabilidade pessoal, de modo que lhe dirige tais palavras como conselheiro sábio, mas também como um bom pai. Sendo assim, ele orienta o filho a ouvir sua instrução, expondo o papel do pai na família e sua responsabilidade para com aqueles a quem ele gera. Ele também diz ao filho para não desprezar o ensina da mãe, mostrando com isso a resistência natural que o tolo tem de receber instrução e aprender.



O escritor bem poderia ter se referido ao casal no provérbio como “os pais”. No entanto, ao citar “pai” e “mãe”, ele qualifica ambos como responsáveis pelo ensino dos filhos, além de expor o respeito que os jovenzinhos devem ter por eles. A razão para tanto também é enunciada, afirmando que a “instrução” e o “ensino” dos pais “serão um enfeite para a sua cabeça, um adorno para o seu pescoço”. Essa é uma figura de linguagem que pinta os procedimentos exemplares de uma pessoa, aprendidos a partir do ensino sábio dos pais, como se fossem joias que enfeitam com nobreza quem as usa. É claro que junto vem a imagem de feiura e desleixo de quem não se veste nem se adorna com a sensatez da Palavra de Deus. Assim, aquele que aprende com o conselho dos sábios é alguém admirado e exemplar, ao passo que quem despreza a sabedoria é tido como um insensato cujas feições o envergonham diante dos outros. Quem diria que o papel dos pais é tão importante e que os filhos precisam tanto do seu ensino?





1 O título desta meditação não é de autoria do Pr. Thomas Tronco.

pr. thomas tronco 

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