Amizade Imparcial escrito por 02 de setembro de 2014 Pr. Thomas Tronco

“A riqueza traz muitos amigos, mas até o amigo do pobre o abandona” (Pv 19.4 NVI).  


Esse último ano foi ocasião de grandes mudanças na economia do nosso país. Entre várias reviravoltas, uma me chamou bastante atenção. Certo milionário, cuja fortuna era bastante difícil de calcular, sofreu grandes revezes em seus negócios. Ele era a badalação do momento, saindo em todos os noticiários e sendo convidado a todas as grandes festas da alta elite. Até que o mercado sofreu mudanças inesperadas e o levou à bancarrota. Daí para frente, ele, que sempre conseguiu burlar as autoridades legais, passou a ser alvo delas, sendo indiciado por várias falcatruas. Os programas de celebridades deixaram de lhe dar atenção, enquanto as páginas policiais lhe deram boas vindas. Impressionante o que o dinheiro ou a falta dele fazem na popularidade de alguém!


Essa reação à riqueza não é uma novidade dos tempos modernos. Salomão já dizia que “a riqueza traz muitos amigos”. É óbvio que amigos motivados pelo dinheiro não podem ser considerados amigos de verdade, mas pessoas interessadas em lucrar ou em aproveitar dos recursos do homem abastado. Enquanto Provérbios 18.24 faz menção a amigos verdadeiros que têm ligações profundas como se fossem irmãos, esse provérbio só trata de amigos falsos cujo amor é ligado ao dinheiro e não às pessoas. Isso é tão verdade que a gentileza, a atenção e a prestatividade que tais pessoas têm com os ricos, simplesmente inexistem em relação aos pobres, pelo que o sábio rei diz que “até o amigo do pobre o abandona”. Esse tratamento diferenciado apresenta apenas uma constante: o apego aos bens. Por isso, o interesseiro demonstra extrema disposição para bajular o rico, ao passo que despreza o pobre sem nenhuma cerimônia.


Se esses são fatos da vida que são observados pelo escritor e que também podem ser notados em nossa experiência pessoal, a função do texto é nos fazer refletir sobre tais realidades. Fazendo isso, somos exortados a de modo algum agir assim, nunca sendo parciais, nem valorizando as pessoas de conformidade com suas contas bancárias. Também não podemos, caso sejamos abonados, nos aproveitar desse impulso corrompido que as pessoas têm, mantendo pessoas falsas, mas subservientes, ao nosso redor. A vida do servo de Deus deve ser autêntica em todos os sentidos, independente da sua condição de vida. Tal parcialidade é odiada pelo Senhor, o qual, apesar de ser dono de tudo que existe, quer ser amado e servido sem segundas intenções. Se avaliarmos e tratarmos as pessoas pelo dinheiro que elas têm, a coisa mais sem valor nessa equação somos nós mesmos.

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