Conversa Respeitosa escrito por 16 de janeiro de 2015

“Com muita paciência pode-se convencer a autoridade e a língua branda quebra até ossos” (Pv 25.15 NVI).


Na véspera de Natal de 1999, eu e minha esposa paramos em uma pizzaria de Montes Claros, em Minas Gerais. Estacionei no mesmo lugar de sempre. O que eu não sabia é que houvera mudanças no trânsito daquele local. Assim que um policial chegou perto do meu carro, percebi que havia algum problema. Foi quando ele me explicou que o antigo local de estacionamento era agora um acesso para uma conversão da avenida. Também me informou que meu carro seria guinchado. Nesse momento, com muita calma, expliquei a ele que eu era de outra cidade e que sempre parava nesse mesmo lugar, de modo que parar em local proibido havia sido apenas um infeliz engano. Após mais alguns minutos de conversa, o policial me orientou a estacionar do outro lado da rua e voltar para o meu jantar sem mais problemas.


Salomão era uma autoridade e sabia melhor que ninguém como gostava de ser tratado por seus súditos. Não somente isso, mas também sabia como seus súditos deviam agir enquanto pleiteavam algum benefício diante do rei. Assim, ele ensina que “com muita paciência pode-se convencer a autoridade”. Fica patente que a autoridade não pode, em geral, ser vencida pela força, nem ser tratada no mesmo nível do cidadão comum. A primeira razão é que a autoridade é digna de respeito. A segunda é que ela detém poder capaz de punir os insubordinados. Por isso, pressionar ou provocar uma autoridade pode trazer sérias consequências ao insensato. Contudo, o texto também não ensina o outro extremo, a saber, ser completamente passivo e deixar que injustiças, negligências e desmandos sejam cometidos pelos líderes.


A receita de Salomão é a conversa respeitosa. Ele não diz que ela sempre obtém o resultado desejado pelo cidadão, mas que ela “pode” levar a “autoridade” a ceder ou mudar de planos. De qualquer modo, esse é o instrumento disponível para as pessoas quando querem pleitear com superiores que detêm tanto o poder de beneficiá-los como de prejudicá-los. Contudo, se esse provérbio não pode ser utilizado como se fosse uma profecia, ele está entre os escritos sábios porque costuma resultar exatamente no que Salomão indicou. Segundo ele, a conversa humilde, sábia, ponderada e bem explicada tem um poder incrível, pelo que diz que “a língua branda quebra até ossos”. Essa hipérbole serve para incentivar as pessoas, especialmente as nervosas, a manterem a calma e a paciência quando se dirigirem a autoridades a fim de pleitear algum benefício. Responda-me: Se você fosse uma autoridade, estaria mais disposto a ajudar alguém respeitoso e humilde ou uma pessoa sem educação que, aos gritos, o ofende?

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pr. Thomas Tronco 

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