Dois Efeitos do Casamento escrito por 21 de outubro de 2014 Pr. Marcos Granconato

A convivência


Nas últimas semanas foram publicadas duas pastorais sob o título Os três fatores que perfazem o casamento. Foi dito ali que, para que o vínculo conjugal exista, é necessária a ocorrência de três elementos: a vontade livre, o ato solene e o intercurso sexual. Nesta pastoral e na próxima serão expostos os efeitos do surgimento do vínculo.


Assim, diga-se logo de início que quando o vínculo conjugal se completa pelo preenchimento dos três requisitos elencados acima, dois efeitos são produzidos. São os dois efeitos básicos do casamento, a saber, a convivência e a indissolubilidade. Ambos estão previstos em Gênesis 2.24: Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher (convivência), tornando-se os dois uma só carne (indissolubilidade). O primeiro é considerado o efeito programado, o segundo pode ser chamado também de efeito não programado.


Convivência, o efeito programado do casamento — A convivência é o efeito programado do casamento porque quem se casa, obviamente, o faz com o objetivo assumido e consciente de conviver. De fato, ao deixar pai e mãe, o indivíduo que se une ao seu cônjuge tem planos de morar sob o mesmo teto, construindo um lar, um patrimônio e uma história ao lado da pessoa com quem se casou.


O casamento é o fator que legitima essa convivência e a Bíblia mostra que esse efeito programado da união conjugal deve ser regido por diretrizes que o próprio Senhor fixou, a fim de que seja feliz, realizadora e edificante.


A primeira lição que emana das Escrituras sobre a convivência do casal casado é que ela deve ser marcada por uma vida sexual dinâmica (Pv 5.15-19; 1Co 7.3,4). Na verdade, o texto sagrado ensina que os cônjuges não devem se privar mutuamente, exceto por consentimento mútuo — e isso somente por algum tempo, com o objetivo exclusivo de se dedicarem à oração. Depois desse período, devem se unir novamente, para que Satanás não os tente, aproveitando-se da dificuldade dos cônjuges em se conterem por mais tempo (1Co 7.5). O apóstolo Paulo é bastante direto ao tratar desse assunto, mostrando que o casal que não tem uma vida sexual ativa e constante está longe do ideal de Deus e se mantém exposto a perigos.


A convivência do casal também deve ser marcada pela sujeição (Ef 5.21). O marido deve se sujeitar à sua mulher movido pelo amor, do mesmo modo como Cristo se sujeitou em amor à igreja (Ef 5.25). Algo, porém, deve ficar bem claro neste ponto: assim como Cristo é o líder da igreja, também o marido é o líder do lar (Ef 5.23; 1Tm 3.4,12). Por isso, a sujeição do marido não é do tipo que obedece, mas sim do tipo que se sacrifica (Ef 5.25b). Se acaso o marido se sujeitar à esposa como quem obedece, inverterá o modelo estabelecido por Deus e o lar ficará desestruturado.


Algo também importante a se destacar é que ao se sujeitar sacrificialmente à esposa, conforme estabelecido na Bíblia, o marido deve ter como alvos sublimes protegê-la e sustentá-la, bem como aperfeiçoá-la espiritualmente (Ef 5.26-29).


Se o traço principal da sujeição do marido é o amor que se sacrifica, o traço principal da sujeição da esposa é o respeito que se rende. Sua sujeição é, portanto, do mesmo tipo que a igreja deve a Cristo (Ef 5.22,24). Isso implica auxílio (Gn 2.18), dedicação (Pv 31.13-27), obediência e o reconhecimento de que as rédeas do lar estão nas mãos do esposo (1Pe 3.5,6).   


Os cônjuges também devem conviver livres de amarguras, rancores, brigas e disposições ofensivas. Em vez disso, a esposa deve ser pacífica, dócil e serena (Pv 31.12; 1Pe 3.1-5) e o marido deve ser sábio no trato com sua mulher,  tributando a ela honra e cuidado especial (1Pe 3.7).


(Continua)

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