Domínio Próprio escrito por 27 de janeiro de 2015

“Como a cidade com seus muros derrubados, assim é quem não sabe dominar-se” (Pv 25.28 NVI).


O texto de Josué 6 conta a história da conquista de Jericó por parte do exército israelita. Segundo consta, a cidade era protegida por uma forte muralha, o que enchia de confiança seus moradores. Contudo, Deus ordenou que os israelitas circundassem a cidade por sete dias tocando trombetas. No último dia, enquanto as trombetas tocavam, a muralha desabou permitindo a invasão do exército de Israel e a derrota completa dos moradores de Jericó. No passado, uma cidade era formada por uma nobreza, pelos cidadãos e pelas muralhas.


Uma cidade sem muros era também uma cidade sem autonomia, aberta ao domínio de qualquer um que surgisse com um exército forte. Pois é justamente essa figura — a de uma “cidade com seus muros derrubados” — que é utilizada por Salomão para fazer uma comparação didática com a pessoa que “não sabe dominar-se”. Não saber dominar-se, nesse caso, significa não controlar seu próprio temperamento, deixando que ele assuma o controle assim como um exército invasor conseguia controlar e dominar a cidade sem muralhas de proteção. Essa figura indica claramente que o domínio próprio protege o sábio que lança mão dele com a finalidade de não se deixar dominar por qualquer impulso. É óbvio que o tolo é marcado não apenas pela falta de domínio próprio, mas pelo seu efeito no sentido de dar vazão a todo tipo de sentimento forte que tenha, seja de ira, de paixão, de tristeza ou de cobiça. Tal pessoa não tem capacidade de se conter quando esses impulsos o pegam. Ele é uma cidade sem defesas.


Esse é um problema muito sério e, infelizmente, muito comum. É fácil conhecer pessoas que têm frequentes acessos de raiva, ou que ficam descontroladas ao menos sinal de uma paixão, ou que mantêm mágoas que as consome profundamente, ou que anseiam por ter todo tipo de bens sem os quais acham ser impossível viver feliz. Por isso, o domínio próprio é fruto do Espírito Santo (Gl 5.22,23) a fim de conter o servo de Deus nos arroubos dos impulsos. Isso o torna alguém que domina seu temperamento a fim de não maltratar as pessoas, nem reagir mal a situações conturbadas. Sem domínio próprio o homem causa destruições, arruma brigas inúteis, deixa de socorrer quem precisa, passa a desejar coisas ruins e mantém sentimentos negativos. O autocontrole permite ao servo de Deus dar bom testemunho, perdoar ofensas, escolher bem o que valorizar e rejeitar o mal. Ninguém disse que é fácil dominar-se. Mas não é possível ser sábio ou servir bem ao Senhor sem controlar os impulsos ruins. Que tal tentar mais uma vez? Mantenha as muralhas de pé!

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pr. Thomas Tronco 

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