Ternura Nas Selvas escrito por 30 de junho de 2014 Isaac Costa de Souza

O casamento de um Palikur foi tocado tremendamente pelo fato de ele e sua esposa conhecerem Jesus. Ele e sua esposa levantavam pensando em Jesus, passavam o dia pensando em Jesus e anoiteciam louvando a Jesus. Mas algumas semanas depois, eles perderam aquela alegria. Um dia eles estavam andando de canoa e ele falou para a esposa tirar água da canoa com a bonita cuia dela. Ela havia acabado de enfeitar a beirada da vasilha. Então, ela disse: “A minha cuia está tão bonita! Se eu tirar água com ela, ela vai estragar.” Ele não gostou do comentário dela e disse:


“Minha esposa, a Palavra de Deus diz que é para você me obedecer. Portanto, você deve obedecer... Mas, pensando bem, a Bíblia também diz para eu amar você. Então, tire só um pouquinho de água da canoa.”

Ela, de má vontade, tirou água da canoa e logo eles chegaram em casa. Naquela manhã, eles perceberam que eles tinham se afastado de Deus por causa da raiva que sentiram. Eles disseram: “Nós discutimos. Foi só um pouco, mas nós discutimos. Nós tivemos raiva em nossos corações.” Não gostaram da situação. Quiseram voltar para ter aquela alegria dos dias anteriores. Então eles pediram perdão um para o outro e também para Deus. Eles decidiram que daí por diante nunca mais deixariam nada ficar entre eles e Deus. Eles falaram: “Nós não queríamos que nada nos separasse de Deus, mesmo que fosse só um pouquinho.”


Quatro meses depois, a esposa desse Palikur teve horríveis dores de cabeça que não passavam. Ele a levou para o hospital na Guiana Francesa e voltou para o Brasil para cuidar de seus filhos. Um dia, ele teve uma profunda inquietação em seu espírito. Ele sabia que ela havia morrido, embora a notícia da morte dela só tenha chegado algumas semanas depois. Ele disse que eles viveram muito felizes. Ele falou que agora que ela está com Deus, ela está bem mais feliz. E que algum dia ele estará com ela e com Deus e nada vai ficar de novo entre eles e Deus. Que essa ternura das selvas possa chegar até a selva de pedra na qual vivemos.

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