Meditação © Amplo Publications
“Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos ímpios, Porque o homem maligno não terá galardão, e a lâmpada dos ímpios se apagará” (Pv 24.19,20 NVI).
Conheci um senhor cuja história me tocou muito. Ele tinha terras que herdou dos pais, onde morava, criava a família e tinha uma pequena produção agropecuária, que não apenas garantia o sustento familiar, mas os lucros que ele reservava para o futuro. Um dia, um fazendeiro rico das terras vizinhas apareceu com um documento de validade questionável afirmando que aquela propriedade lhe pertencia. Por mais improvável que parecesse, ele ganhou a causa e ficou com as terras. O pior foi que o senhor que as perdeu não ficou apenas sem seu sítio: perdeu também a saúde. Entrou em um estado tão deplorável de tristeza, mágoa e ódio que acabou debilitado por esses sentimentos. A indignação com a injustiça o consumiu de dentro para fora. Morreu de maneira muito triste, bem pior do que perder terras para um injusto.
Mais uma vez, Salomão instrui seus leitores com as palavras “não tenhas inveja dos ímpios”. A julgar pela insistência no tema, esse era um problema frequente no passado. E levando em conta nossa experiência pessoal, é um problema frequente também no presente. A diferença, nesse caso, é que o escritor aponta não apenas para o fascínio que o ímpio produz no justo que não tem seu poder, nem tampouco seu dinheiro. Ele também aponta para o sentimento que o aparente sucesso da injustiça produz no homem justo, especialmente o que foi alvo da iniquidade alheia. Para eles, o rei sábio diz: “Não te indignes por causa dos malfeitores”. Indignação é a reação natural ao ver um homem mau trapacear e causar danos nos outros e sair impune, com oportunidade de zombar de suas vítimas e do próprio conceito de justiça. Nesses casos, é muito comum o justo invejar o poder dos maus para lhes infligir vingança.
É claro que esse sentimento não é nem um pouco encorajado ou aceito pelas Escrituras e pelo Deus justo. É por isso que o Senhor, além de lembrar seus servos de que a vingança cabe a ele (Dt 32.35; Rm 12.19; Hb 10.30), lembra também que o destino dos injustos é triste, dizendo que “o homem maligno não terá galardão”. Isso quer dizer que Deus não ficará ao seu lado no dia do juízo. Ao contrário, os tais andarão errantes como que em plena escuridão, já que “a lâmpada dos ímpios se apagará”. Sem proteção e sem rumo certo, os injustos encontrarão a paga dos seus males. Em nossos dias, vivemos indignados com políticos e empresários que lesam o País em bilhões de reais. Entretanto, um a um eles têm caído diante dos tribunais. E ainda assim, há um tribunal maior e superior os aguardando no futuro, cujo juiz é Deus. Por isso, em vez de invejar os injustos, tenha a certeza de não estar entre eles quando o julgamento divino os atingir. Só por meio de Cristo o pecador pode realmente ser justificado.
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