Meditação © Amplo Publications
Todos os crentes de verdade se sentem um pouco insatisfeitos com sua vida devocional. Mesmo os mais zelosos nesse campo, se questionados, diriam que gostariam de andar mais perto do Senhor, provando sua presença, paz, direção e cuidado de forma mais intensa.
Isso é bom, pois esse tipo de insatisfação,quase sempre, conduz o crente a tomar certas medidas que melhorem a qualidade de sua caminhada com Jesus. O problema, porém, se agrava quando o cristão se vê insatisfeito e não sabe o que fazer. Quando isso acontece, surge o perigo de seguir direções erradas.
Um exemplo disso é o homem que sai por aí à cata de experiências que ele considera de grande enlevo espiritual. Esse indivíduo procura participar de reuniões de alto apelo emocional, com choro, clamores e gemidos, tudo ao som de uma música envolvente e em meio às frases comovidas do pastor ou do dirigente do louvor. Esse tipo de “devoção”, porém, se tiver algum valor, é muito pequeno, pois decorre da construção e manipulação de um ambiente artificial, desaparecendo em poucas horas.
A vida devocional que, como crentes, buscamos, é bem diferente disso. Queremos um estilo novo de caminhada. Queremos andar com Deus assim como Enoque e Noé, sendo isso uma experiência diária que enche a alma de satisfação, segurança e alegria desde o café da manhã até a hora de dormir. Queremos a santa rotina, comum, constante, permanente, silenciosa e satisfatória de uma comunhão viva e real com Deus ― uma comunhão em que provemos de forma mais nítida aqueles “rios de água viva” de que Jesus falou correndo aos borbotões de nosso interior (Jo 7.38).
Como podemos experimentar essas coisas? Bem, creio que, antes de tudo, é preciso reconhecer que “a intimidade [ou o conselho secreto] do Senhor é para os que o temem” (Sl 25.14). Sem o temor do Senhor, qualquer aparente hábito de devoção será mero costume religioso vazio. De fato, o homem que não teme ao Senhor deve cuidar primeiro dessa falha, antes de continuar lendo este artigo.
Falando, porém, aos que temem a Deus, quero destacar que precisamos, primeiro, nos disciplinar e, eventualmente, sair um pouco do corre-
Outro hábito que deve ajudar muito o crente numa caminhada mais íntima com Deus é a leitura regular da Bíblia. Por meio dela, a mente do cristão fica embebida na Palavra de Deus e, então, tudo que faz, mesmo as coisas mais corriqueiras, sofre influência desse seu estado. A Palavra de Deus guia, protege, consola, alegra, revigora e cura (Sl 19.7-
Ao tentar incrementar sua comunhão com Deus, o crente também pode seguir a sugestão de ler livros exegéticos/devocionais. É importante notar a palavra “exegético” na expressão que construí aqui. O que quero dizer com ela é que a literatura devocional que devemos buscar precisa ser construída sobre dados hermenêuticos sólidos, ou seja, sobre um trabalho de interpretação bíblica muito benfeito. Digo isso porque existem muitos livros devocionais por aí que foram escritos por pessoas sem nenhum conhecimento técnico na área da interpretação. Nesses livros, os autores apenas compartilham seus insights usando palavras bonitas e apontando conclusões que talvez jamais possamos encontrar nas Escrituras. Muita gente se envolve com esse tipo de trabalho porque representa uma leitura leve. Porém, para ter uma mente mais bem-
Finalmente, na busca da vida íntima com Deus, é preciso servi-
Todos os crentes com alguns quilômetros rodados na estrada da vida cristã sabem que não apresentei nenhuma novidade aqui. Para esses fica o presente texto apenas como um lembrete. Para os que não sabiam dessas coisas, deixo o texto como um apanhado de lições importantes. Para ambos, fica o desafio de trabalhar na construção de uma devoção mais viva, real e edificante própria dos homens que são amigos de Deus.
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