Meditação © Amplo Publications
“A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira”. Provérbios 15.1
Duas pessoas se esbarram na plataforma do metrô. Uma delas, zangada com a desatenção do outro, diz com bastante rispidez: “Ei! Você não olha por onde anda, não?”. O outro, em tom de ironia, responde: “Foi só um que trombou, não é?”. A resposta, mais zangada ainda, foi: “Você está querendo dizer que eu não estava prestando atenção?”. “Tanto quanto você deve prestar atenção na sua família” — foi a próxima frase da discussão. Em menos de cinco segundos aqueles dois homens estavam trocando socos e pontapés. Outras duas pessoas também se esbarraram em outro lugar e uma delas também diz: “Ei! Você não olha por onde anda, não?”. O outro, em tom gentil, devolve: “Me desculpe! Não sei onde eu estava com a cabeça”. O primeiro, mais calmo, responde: “Não tem problema! Eu também estava desatento. Desculpe-
O mesmo acontecimento com dois desfechos bem diferente. Por quê? Há uma série de fatores que interferem em casos assim, mas algo notável de que Salomão tinha conhecimento é o modo de responder ao homem nervoso. Em vez de falar no mesmo tom, o sábio dá uma “resposta calma”. Não se trata apenas de palavras em tons de gentileza, mas daquelas cujo conteúdo busca conciliação e solução de conflitos. Em uma situação de atrito e, principalmente, de ânimos exaltados, a pior coisa que pode acontecer é uma resposta mal formulada, seja com rispidez ou com ironia. Por mais que a outra parte esteja zangada, isso ainda pode piorar. Entretanto, o sábio, por meio da resposta branda, “desvia a fúria” de quem está exaltado. É claro que, em alguns casos, o homem nervoso fica zangado justamente com a calma de seu oponente, já que lhe revela a fúria indevida. Porém, isso é mais raro do que alguém ficar furioso com palavras agressivas.
O tolo quase nunca pensa em que lugar quer chegar. Por isso, ele só faz o que tem vontade e, em meio a uma situação enervante, age conforme o furor que sente e diz o que deseja no sentido de atender às suas emoções do momento. Assim, consegue piorar até as circunstâncias mais difíceis, pois “desperta a ira” alheia. Interessante notar a escolha de palavras para “fúria” e “ira”. Apesar de serem paralelas nesse texto, devendo, portanto, ser compreendidas como sinônimos, a “ira” da segunda parte do versículo normalmente aponta para um sentimento mais abrupto com suas reações exacerbadas. A primeira palavra, traduzida como fúria, aponta para um sentimento mais interno e não tão momentâneo como a ira. Desse modo, percebe-
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