Meditação © Amplo Publications
“E, agora, que o Deus da paz os torne santos em todos os aspectos, e que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam mantidos irrepreensíveis até a volta de nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que os chama fará isso acontecer, pois ele é fiel” (1Ts 5.23-
Existe um debate no campo da antropologia bíblica que envolve duas “posições”: o dicotomismo e o tricotomismo. Os dicotomistas creem que o homem é integrado por uma parte material (o corpo) e uma parte espiritual (o espírito, também chamado de alma). Os tricotomistas, por sua vez, defendem que o homem é composto por três partes distintas: o corpo, a alma e o espírito. Obviamente, eles usam o texto acima citado para defender essa posição.
Pessoalmente, acho esse debate absolutamente irrelevante. A Bíblia não se ocupa desse tema em lugar algum e ninguém consegue apontar com clareza os desdobramentos teóricos e vivenciais (bons e/ou ruins) de uma vertente ou outra. Enfim, parece ser simples perda de tempo debater sobre essas coisas. De minha parte (se alguém quer mesmo saber), aceito uma dicotomia essencial (o homem é apenas corpo e espírito), entendendo que a alma é um fator ligado ao espírito, sendo a sede de seu intelecto, de suas emoções e de sua vontade. Sei, no entanto, que nem sempre os termos são usados assim na Bíblia. Por exemplo, às vezes a palavra “alma” é usada para se referir à pessoa integral (At 2.41). Sendo as Escrituras assim tão vagas nesse campo, prefiro não morrer brigando por algo a que ela dá tão pouca importância.
Em face disso, quero sugerir que o texto transcrito acima evoque nos crentes outros diálogos e preocupações ― algo que vá muito além da briga Dicotomismo versus Tricotomismo. Quero propor que os crentes observem com o atenção o fato de que 1Tessalonicenses 5.23 descreve o conteúdo de um anelo de Paulo expresso em suas orações diante do “Deus da paz”. Esse anelo, como se vê aqui e em outros lugares, não envolvia os desejos que geralmente se manifestam em nossas súplicas. O apóstolo não ora, por exemplo, pela saúde dos tessalonicenses, nem pela vida financeira deles, nem tampouco para que seus empreendimentos e projetos profissionais deem certo. Não estou dizendo que orar por essas coisas seja errado. Porém, de um modo geral, ele pede apenas que seus leitores sejam santificados e permaneçam assim até o dia final.
Vamos, porém, mais devagar. Por que, ao se lembrar desse anelo, Paulo se refere ao Senhor como o “Deus da paz”? A resposta não é difícil. O bom apóstolo sabia que os tessalonicenses viviam num ambiente muito hostil ao cristianismo. Ao que se sabe, havia em Tessalônica uma forte comunidade judaica absolutamente avessa à mensagem cristã (At 17.1-
Assim, aprendemos que, ao que tudo indica, a santificação do crente é realizada por Deus num coração que ele primeiro apaziguou, dando-
O versículo prossegue com Paulo expressando o desejo de que os seus leitores sejam santificados. Nesse trecho, ser santificado corresponde a ser mantido íntegro, intacto ou completo (o texto transcrito traduziu o termo como “irrepreensíveis”). O desejo de Paulo é que nada que agrade a Deus esteja ausente na vida dos tessalonicenses.
Em seguida, o apóstolo usa uma palavra traduzida como “em todos os aspectos”. O que ele tem em mente com essa palavra é definido na construção que vem a seguir: “O espírito, a alma e o corpo de vocês”. Qual é o sentido, afinal, dessa tríade? É preciso destacar primeiramente que o objetivo de Paulo, ao adicioná-
Na verdade, o que se tem nessa tríade é apenas uma forma de ênfase. Paulo a usa somente para destacar a inteireza do ser humano. Trata-
O desejo-
Eis aí o objetivo central desse texto paulino. Livres agora de especulações, debates e discussões inúteis, unamo-
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