Meditação © Amplo Publications
“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino...” (1Co 13.11).
O ministério pastoral, como seria de se esperar, muitas vezes nos coloca em contato com o lado mais horrível da vida. Quando, porém, esse lado feio atinge crianças, a comoção que nos abate é bem mais forte.
Eu me formei em teologia em 1987. Desde então, nunca deixei de trabalhar com a igreja. Nesse trabalho, ouvi muitos testemunhos e vi muita coisa ruim sobrevindo a meninas e meninos indefesos. Tive contato com mulheres que, quando pequenas, foram estupradas pelo próprio pai. Algumas delas eram dominadas por uma tristeza que só o poder de Jesus poderia curar. Socorri crianças que estavam prestes a ser esfaqueadas e mortas dentro de suas casas. Dei assistência a filhos pequenos de alcoólatras que os deixavam viver ao léu, sem escola, sem cuidado, sem orientação, sem... sem nada. E quando eu testemunhava tais coisas, pensava comigo: “Como alguém pode fazer isso com um pequenino desses? Justamente a pessoa que mais deveria protegê-
De todos os males que vi pais perversos praticarem contra seus filhos, o estupro sempre foi o que mais me chocou. E ainda me choca! Eu não consigo compreender a mente da pessoa que pratica essa insanidade; não sou capaz de discernir o impulso que a move; percebo-
“Violar uma criança.” Pode haver crime mais horrível do que esse? Até poucas semanas atrás, eu associava essa conduta imunda apenas a marmanjos safados que agem às escondidas, ficando ainda mais enojado quando pensava no tal marmanjo sendo o pai da vítima. Agora, porém, salta aos olhos uma nova forma de violação dos pequeninos ― uma forma de violência que não atinge de pronto o corpo da criança, mas que remove dela um elemento crucial presente em seu íntimo e capaz de protegê-
A que eu me refiro, porém, quando falo de “um elemento crucial presente em seu íntimo e capaz de protegê-
Deixem-
Notem: estou falando de uma criança de dois aninhos! A mim me parece, portanto, que o próprio Deus colocou uma barreira interna nas crianças; algo que funciona como um mecanismo de proteção contra gente ruim, um muro que serve como o primeiro obstáculo que as pessoas perversas têm de superar antes de prosseguir em suas maldades contra elas.
Pois bem. A nova forma de violar uma criança é exatamente nesse campo. Estão removendo delas essa barreira interna; estão derrubando o muro de proteção natural que elas têm. Querem uma prova assustadora disso? Bem, há algumas semanas todos viram uma mulher induzir sua filha pequena a interagir com um homem nu durante uma exposição realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Ao fazer isso, aquela mãe violou a alma, o próprio coração de sua filha. De fato, aquela mãe fez desabar a única cerca interna que poderia proteger sua menina de canalhas pervertidos e construiu no lugar dessa cerca uma ponte por meio da qual todas as formas de obscenidade e perversão chegarão àquela criança, mutilando-
É assim que, no mundo de crescentes sujidades em que hoje vivemos, surge uma figura inesperada, jamais vista nem mesmo nos nossos piores pesadelos: a figura da mãe que violenta a alma de sua filha precisamente no campo da moral sexual; a figura da mãe que profana o coração da criança que gerou, arrancando sua cortina de proteção. Surge, enfim ― pode-
PS: Agradeço sinceramente ao irmão Carlos Guandalini por ter compartilhado comigo alguns insights pessoais que me ajudaram na composição deste texto.
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