Meditação © Amplo Publications
“Vós sois o sal da Terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens” (Mt 5.13).
Na Antiguidade, o sal era retirado de regiões alagadas pelo mar que, durante a época de seca, permitiam sua extração. Também era tirado de rochas. Em qualquer dos casos, nem sempre o sal era puro, vindo misturado com outras substâncias que podiam torná-
Quando o sal se tornava impróprio para o uso, perdendo o seu sabor, não havia remédio para ele. Isso porque o sal pode salgar os alimentos, mas não há como salgar o próprio sal. Assim, quando perdia o sabor, o sal era simplesmente jogado fora.
Mas, notem bem: o sal inútil não era lançado em qualquer lugar, pois, se fosse jogado em solo cultivável, tal solo perderia a fertilidade. Por isso, o sal insípido era jogado na rua. Ali os transeuntes caminhavam sobre ele, pisando-
Jesus disse que nós, seus discípulos, somos o sal da Terra, mas que podemos, infelizmente, perder nossas propriedades. O que significam essas coisas?
Na figura do sal está presente a ideia básica de sabor. Levando isso em conta, possivelmente Jesus quis ensinar que o crente é uma pessoa que ajuda o mundo a ser mais saboroso. Como assim? Talvez o significado disso esteja presente em Marcos 9.50 que conecta a figura do sal à pessoa amiga da paz. Se for esse o caso, ser sal é ser alguém sereno, inimigo de intrigas ― alguém dócil, que promove a amizade e a cordialidade, longe de brigas e contendas.
Outra noção transmitida pela figura do sal é a de preservação. Considere-
Deve-
Se tudo isso for levado em conta, fica fácil entender como é o discípulo de Cristo que se tornou “insípido”. Trata-
Jesus diz em sua ilustração que o crente assim não serve para nada (crente?). Como sal insípido, tal discípulo (discípulo?) será posto numa posição em que os homens apenas o pisarão. Isso não significa que o mundo vai desprezá-
Assim será com o crente sem sabor. Os homens passarão por ele, mas sem notar quem ele é, sem perceber que há um discípulo de Cristo ali, sem se incomodar com seu testemunho de vida ou de palavras, já que, na verdade, esse testemunho não existirá.
Que vergonha ser um crente assim! Ninguém nota sua existência. Ele não faz diferença nenhuma entre seus familiares incrédulos, nem entre seus amigos do trabalho ou da escola. É como uma rosa murcha e sem perfume. Não presta para nada.
Surge então, diante disso, a pergunta chata, mas fatal: você é sal? Você é pacífico e amigável? Você impede a putrefação deste mundo e evita participar dela? Você trabalha como agente purificador nesta sociedade imunda? Você fala com sabedoria, conduzindo as pessoas à fé e à virtude? Se você é um discípulo que não faz nada disso, lamento, mas sua vida não serve pra nada. Foi Jesus quem disse e ele sempre está certo.
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