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26 de setembro de 2017

Moderação

“Se você encontrar mel, coma apenas o suficiente, para que não fique enjoado e vomite. Não faça visitas frequentes à casa do seu vizinho para que ele não se canse de você e passe a odiá-lo” (Pv 25.16,17 NVI).



Poucas semanas depois que me mudei para o norte de Minas Gerais, participei da minha primeira pescaria na região. No caminho, paramos em uma fazenda na qual a dona da casa estava fazendo requeijão quente no fogão de lenha, algo que só quem mora no sertão sabe o que é. Ela me serviu um prato substancioso e polvilhou açúcar por cima. Imediatamente percebi que era uma das coisas mais gostosas que eu havia provado. Comi tudo e pedi mais. Então ela me disse: “Cuidado que isso é forte”. E explicou: “Vai bulir na fraqueza” (sic). Ela queria dizer que o requeijão era muito pesado e gorduroso para o estômago e me faria passar mal se eu comesse muito. Como não dei ouvidos a ela e comi mais, “bulir na fraqueza” foi a primeira expressão regional que aprendi — por experiência própria.



É bem provável que Salomão também tenha se sentido mal por causa do exagero na refeição. Por isso, sabia versar sobre a moderação, além de conhecer seus benefícios. Quando se trata de comer, seu conselho é: “Se você encontrar mel, coma apenas o suficiente”. Infelizmente, o pecado no homem faz com que ele queira viver intensamente tudo que faz. É como se sua alegria estivesse sempre um passo além. Por isso, a falta de domínio próprio sempre abre portas para o exagero. Entretanto, há um custo para isso. O objetivo do conselho é “para que não fique enjoado e vomite”, mostrando que é exatamente o que ocorrerá logo após o excesso. A tolice está em ignorar que a comida em boa medida é boa para o corpo e agradável ao paladar. Porém, a falta de moderação alimentar, além de fazer mal à saúde, evita que o tolo permaneça com a sensação de prazer que sentia algumas garfadas antes.



Do mesmo modo, a moderação é necessária nos relacionamentos entre as pessoas. É ótimo ter amigos e muito edificante conviver com eles. Mas até a convivência precisa de moderação, pelo que Salomão ensina: “Não faça visitas frequentes à casa do seu vizinho”. Algumas pessoas precisam ler esse texto todas as manhãs da sua vida, pois agem como se fossem uma cola grudada a certos amigos e parentes. Porém, o escritor dá tal conselho com a intenção de que o amigo ou vizinho “não se canse de você e passe a odiá-lo”. Assim como a comida em excesso causa náuseas, a companhia em excesso quebra a unidade e chega a plantar sementes de “ódio”. Por isso, tudo que você for fazer — seja sozinho ou acompanhado —, faça com moderação. Lembre-se que o domínio próprio é uma virtude tremendamente encarecida nas Escrituras como fruto do próprio Espírito de Deus (Gl 5.22,23).


pr. thomas tronco

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