Meditação © Amplo Publications

7 de fevereiro de 2018

Trabalho Versus Preguiça

“Esforce-se para saber bem como suas ovelhas estão, dê cuidadosa atenção aos seus rebanhos, pois as riquezas não duram para sempre, e nada garante que a coroa passe de uma geração a outra. Quando o feno for retirado, surgirem novos brotos e o capim das colinas for colhido, os cordeiros lhe fornecerão roupa, e os bodes lhe renderão o preço de um campo. Haverá fartura de leite de cabra para alimentar você e sua família, e para sustentar as suas servas” (Pv 27.23-27 NVI).


Cresci em uma cidade que sempre foi uma grande colônia japonesa. Por isso, acostumei-me desde cedo com duas coisas. A primeira era ver a cidade rodeada de sítios em que famílias japonesas inteiras, dos jovens aos idosos, trabalhavam em suas produções agrárias sem preguiça alguma e sem ficar olhando para o relógio na intenção de abandonar as tarefas. A segunda coisa era notar essas mesmas pessoas passeando, no final de semana, com carros, motos e barcos pelos melhores locais da cidade. O fato é que o trabalho árduo deles lhes rendia o que precisavam para depois aproveitar seu merecido descanso.


Uma lição que todos têm de aprender é que o descanso só tem razão depois do trabalho e que gastar dinheiro é algo que só se faz depois de ganhá-lo. Inverter essa ordem é, além de tolice, uma porta aberta para problemas e sofrimentos. Por isso, Salomão dá alguns conselhos de ordem agropecuária que servem de parâmetro para outras áreas da vida. Ele começa dizendo “esforce-se para saber bem como suas ovelhas estão, dê cuidadosa atenção aos seus rebanhos”. Ainda que essa linguagem pastoril remeta a mentalidade moderna a um contexto eclesiástico, o escritor se refere a rebanhos domésticos que deviam ser cuidados, sob o risco de serem perdidos, resultando no empobrecimento da família, “pois as riquezas não duram para sempre e nada garante que a coroa passe de uma geração a outra”. Assim, não basta ser bem-sucedido. É preciso cuidar do que se tem, em vez de esbanjar e desperdiçar os bens.


Por outro lado, aquele que se esforça com responsabilidade e afinco, certamente se cansa do labor, mas também colhe os bons frutos do seu trabalho. Para expressar essa verdade, Salomão fala do trabalho que persevera até o fim, “quando o feno for retirado”, seguido pela paciência e perseverança até o aparecimento de “novos brotos” e a colheita do “capim das colinas”. Trata-se de todo o trabalho necessário para a preparação de um campo e a produção do pasto necessário à criação das ovelhas. Não é todo mundo que gosta de arcar com as durezas do trabalho diário e repetido. Porém, quando se faz o que é preciso, goste ou não, o resultado é que “os cordeiros lhe fornecerão roupa e os bodes lhe renderão o preço de um campo”. Afinal, esse é o objetivo do trabalho: o suprimento. Com ele, “haverá fartura de leite de cabra para alimentar você e sua família e para sustentar as suas servas”. Portanto, o homem sábio se esforça e age de modo responsável, colhendo os bons frutos do seu trabalho honrado. O tolo se cansa sem trabalhar, descansa do esforço que não fez e perde o que não ganhou.


pr. thomas tronco 1
06-fev_a-insensatez

 COMENTAR

Leia a Meditação Anterior 1  O Pr. Thomas Tronco não deu título a esta meditação.

“Ainda que você moa o insensato como trigo no pilão, a insensatez não se afastará dele” (Pv 27.22 NVI).


Sinto muita falta do meu sogro. Ele faleceu aos 57 anos de idade por causa de uma rara doença degenerativa que o afligiu por mais de uma...