Coerência

“Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade”. I João 1.6

Na língua portuguesa Coerência textual significa a propriedade do texto que permite que se construa sentido a partir dele, estabelecendo relação entre suas partes e entre o próprio texto e a situação de sua ocorrência. Quando não há conexão ou relação das ideias no texto dizemos que ele é incoerente, pois fica sem sentido. Na vida cristã também se exige coerência. O apóstolo João declarou que “Deus é luz” (I Jo 1.5), portanto, disse o apóstolo, se alguém afirmar que tem comunhão com este Deus santo, mas vive nas trevas está mentindo, sua vida não tem coerência, e por isso não pode ter comunhão com Deus que é luz.

Os falsos mestres da época de João ensinavam que o tipo de vida que um cristão levava não interferia na sua comunhão com Deus, pois a vida prática não influenciaria sua vida espiritual. Mas, este ensino era uma incoerência textual, digo espiritual. Porque de acordo com este falso ensino o que um cristão fazia no corpo e com o seu corpo não afetava sua vida espiritual com Deus. Para apoiar esta mentira os falsos mestres até mesmo ensinavam que a matéria era má e, portanto, Deus não tinha interesse no corpo. E ainda, os falsos mestres afirmavam que Deus não se encarnou, então João desmente este falso ensinamento e declara que “todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne procede de Deus; mas todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo” – I João 4.2-3.

Para combater o erro de que um cristão pode ter comunhão com Deus e viver no pecado, o apóstolo João mostrou a necessidade de coerência entre o falar e o viver: “Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (I Jo 1.7). João ensinou aos cristãos da Ásia que é necessário possuir uma vida santa para ter comunhão com Deus porque a presença do pecado é incompatível com o caráter santo deste Deus que é luz. Por isso, o cristão não deve pecar, mas se pecar tem que admitir seu pecado e confessá-lo a Deus para receber o perdão e a purificação (I Jo 1.9) porque Jesus é a propiciação pelos nossos pecados (I Jo 2.1-2).

A música do Grupo Logos, Marcas de Valor, fala a meu ver sobre a necessidade de coerência na vida cristã. Uma estrofe da letra diz: “Iguais a eles [os discípulos de Jesus] são bem pouco hoje em dia que andam realmente perto do Senhor, que já libertos de seus vícios e pecados, vivem como perdoados propagando a salvação”. Tenho observado que a pregação do evangelho nos nossos dias não tem conseguido transformar as pessoas, entretanto o problema não está com a mensagem. Pelo contrário, a mensagem cristã está sendo manipulada por aqueles que se dizem cristãos. Embora, as estatísticas mostrem que a nossa Nação tem um alto indicie de cristãos, todavia estes cristãos não estão elevando o nível moral da sociedade; pelo contrário estão descendo ao nível da própria sociedade sendo assim um mau testemunho diante dos incrédulos. Por isso, meus amados irmãos e irmãs é preciso seguir as marcas de valor dos discípulos e afirmar que comunhão com Deus só tem quem anda na luz, porque Deus é luz!