Meditação © Amplo Publications

21 de fevereiro de 2018

Na Companhia de Jesus

“Quem obedece à lei é filho sábio, mas o companheiro dos glutões envergonha o pai” (Pv 28.7 NVI).


Vi, recentemente, uma notícia em um telejornal que descrevia como uma gangue que assaltava prédios foi presa. As imagens do circuito interno de um edifício mostraram duas moças se aproximando do portão, como se fossem moradoras, e o porteiro lhes permitindo a entrada. Elas, então, voltam para buscar alguns rapazes que ajudaram a entrar em apartamentos e a sair com bens valiosos. Eles foram pegos quando tentaram, sem sucesso, arrombar a porta blindada do apartamento de um empresário. A surpresa foi saber que se tratava de jovens e adolescentes de classe média alta. Um dos rapazes tinha acabado de ganhar de presente da mãe um carro de quase 100 mil reais. Tão difícil de explicar coisas assim é, para os pais, conviver com as consequências de ter filhos de criação privilegiada, mas criminosos por escolha.


Mais uma vez, Salomão traça a consequência da sabedoria e da tolice dos filhos diretamente sobre a condição dos seus pais, como fez quando disse que “o filho sábio dá alegria ao pai; o filho tolo dá tristeza à mãe” (Pv 10.1). A diferença é que dessa vez ele é mais específico ao descrever tanto o sábio como o tolo em suas ações. Ele começa dizendo que “quem obedece à lei é filho sábio”. Ele poderia dizer apenas que ele “é sábio”, mas, ao chamá-lo de “filho sábio”, sua intenção é associar seus atos às consequências que recaem sobre seus progenitores e o que eles sentem e vivenciam a partir disso. Nesse caso, o fato de o filho ser alguém que “obedece à lei” é o que garante o bem-estar dos pais e lhes traz imenso deleite. É possível até visualizá-los contando aos amigos os feitos do filho, seu bom caráter e o exemplo que ele é para os outros. Assim, esse filho é sábio por si mesmo e pelos seus familiares.


Por outro lado, o escritor afirma que “o companheiro dos glutões envergonha o pai”. Ele não diz que se trata do tolo, mas não é preciso, pois a contraposição com a primeira cláusula deixa a questão tão clara como o dia. Nesse caso, a ação que marca o tolo é ser “companheiro dos glutões”. A palavra utilizada aqui descreve aquele que abusa dos prazeres como comida, bebida e outras coisas, causando rachaduras sérias em todos os pilares que sustentam sua vida. Quem age desse modo certamente “envergonha o pai”. Por isso, pelo bem da sabedoria e de toda a família, é papel dos pais ensinar seus filhos como andar nos caminhos do Senhor e como terem caráter mesmo em um mundo desviado que elogia o mal e despreza o bem. Por outro lado, os filhos devem ser humildes e honrar seus pais, abrindo-se ao aprendizado que os levará a honrar também a Deus, pelo que o mesmo escritor descreve essa dinâmica bilateral nestas palavras: “O filho sábio acolhe a instrução do pai” (Pv 13.1a). Dito isso, é hora de colocar em prática. Afinal, há muita coisa em jogo, pois a família é um dos maiores bens que temos.

pr. thomas tronco 1

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