Meditação © Amplo Publications
“Os justos detestam os desonestos, já os ímpios detestam os íntegros” (Pv 29.27 NVI).
Quando morei em Minas Gerais, uma das coisas que me chamavam a atenção era a rivalidade entre as torcidas dos dois maiores times mineiros de futebol. Nas quartas de final do campeonato brasileiro de 1996, uma dessas equipes jogou, mas eu não assisti ao jogo. Quando acabou, vi na rua uma grande carreata de comemoração e muitos — muitos mesmo — fogos de artifício, de modo que concluí que aquela equipe tinha vencido. Na verdade, aquele time perdeu o jogo, sendo eliminado da competição, e era a comemoração do rival que eu estava vendo nas ruas — eu nunca tinha visto uma comemoração rival tão efusiva como aquela. Na semana seguinte, na rodada das semifinais, foi a vez de a outra equipe ser eliminada e de a torcida rival comemorar como se tivesse conquistado o título da copa do mundo. Isso me lembrou que alguns antagonismos são incorrigíveis e intratáveis.
Algumas rivalidades como essa já entraram até para a tradição e para a cultura de alguns lugares. Contudo, a Bíblia fala de uma rivalidade que vai além dos gostos e da cultura, entrando no campo da identidade pessoal de dois grupos espiritualmente distintos. Por parte de um desses lados, não podemos dizer que a rivalidade nos surpreende, rivalidade que pode ser notada quando Salomão diz que “os ímpios detestam os íntegros”. O verbo hebraico traduzido aqui com o sentido de detestar tem, de fato, um sentido muito forte, sendo o sentimento de repulsa de alguém quando está diante de algo abominável. Apesar do termo forte, isso não nos espanta, pois o próprio Jesus explicou tal antagonismo dizendo que “se o mundo os odeia, tenham em mente que antes odiou a mim” (Jo 15.18). Esse texto explica que, apesar de o ódio do mundo ser aplicado contra os servos de Deus, a razão final dele é o ódio contra o próprio Jesus e contra sua mensagem de salvação pela fé nele. Por isso, ainda que convivamos com os incrédulos, muitas vezes de modo muito pacífico e amistoso, tal antagonismo se vê quando tocamos em assuntos espirituais cruciais.
Contudo, o que surpreende mesmo no provérbio é sua primeira parte, que diz que “os justos detestam os desonestos”. Isso causa estranheza porque o Novo Testamento enfatiza o amor que os servos de Deus devem ter pelas pessoas, incluindo seus inimigos. Contudo, ao qualificar o objeto do ódio dos justos como sendo os “desonestos”, a intenção do escritor é apontar para o sistema de vida mundano e corrompido dos perdidos, o qual não é possível associar ao modo de vida cristão. Apesar de o mundo moderno tentar conciliar todas as visões e criar harmonia até entre antagonistas naturais, Deus não aceita que seu povo se suje na lama do pecado e da desonestidade do mundo. Nesse sentido, os crentes devem mesmo abominar as práticas mundanas e se afastar daqueles que vivem em constante afronta ao Senhor e à sua Palavra. Se devemos detestar algo, que seja o pecado e a rebeldia contra o Senhor, odiando tais coisas com todas as nossas forças. É difícil viver em constante atrito com um mundo que rejeita a Deus, mas é muito bom saber que estamos no time campeão.
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