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25 de abril de 2018

As Tramas da Mentira

“Para o governante que dá ouvidos a mentiras, todos os seus oficiais são ímpios” (Pv 29.12 NVI).


Carlos IX, da França (1550-1574), em sua juventude, era sensível e humano em seu encargo real. O demônio que o tentava era sua própria mãe. Diz-se que quando essa mãe desnaturada lhe propôs realizar o massacre dos huguenotes, ele se encolheu horrorizado, dizendo: “Não, minha senhora! Eles são meus súditos leais”. Esse foi o momento crítico de sua vida. Se ele tivesse sido o rei sensível e generoso que costumava ser, não haveria o terrível derramamento de sangue na véspera do dia de São Bartolomeu (24 de agosto de 1572) e ele não teria entrado para a história como um genocida, tendo matado mais de 50 mil servos de Cristo, nem seria assolado pelo remorso que o enlouqueceu em seu leito de morte. Tudo isso ocorreu porque ele deixou de lado a verdade e deu ouvido às tramas malignas da sua perversa mãe.


Ironicamente, o dia 1º de abril recebeu sua alcunha de “dia da mentira” justamente no reinado desse monarca por parte de revoltosos que rejeitavam o cristianismo e todas as ligações com o passado. Contudo, maior mentira se infiltrou dentro da corte do bom rei até desviá-lo da verdade e causar um terrível morticínio. Por eventos semelhantes a esse, Salomão ensinou no passado a respeito do “governante que dá ouvidos a mentiras”. Quando isso acontece, o escritor explica que, aos olhos desse governante, “todos os seus oficiais são ímpios”. Significa que as mentiras causam intrigas internas, desconfiança e desunião. Para quem acata a mentira, seus verdadeiros amigos e aliados passam a ser inimigos, como aconteceu com Carlos IX ao trair seu companheiro e conselheiro huguenote, Gaspard de Coligny (1519-1572), o qual foi morto no massacre.


Esse é um problema sério porque não se limita às esferas governamentais, mas pode se infiltrar em qualquer nível da sociedade. Por dar ouvidos à mentira, filhos desrespeitam seus pais, crentes se rebelam contra seus líderes, patrões cometem injustiças aos seus subordinados e vizinhos travam brigas que não levam a lugar algum. Até os melhores amigos veem rompidos seus fortes laços quando a mentira os infecta e cria desacordo e separação. Por isso, os servos de Deus são chamados a permanecer na verdade e fugir da mentira e dos mentirosos, aos quais Davi se refere como gente cuja “língua trama destruição; é como navalha afiada, cheia de engano” (Sl 52.2). Mas ainda que o mundo ache normal essa prática, os servos de Deus devem sempre seguir a instrução apostólica que ensina que “cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo” (Ef 4.25). Isso certamente evitará uma série de problemas e trará glórias e honra ao nome de Cristo.

pr. thomas tronco 1

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