Meditação © Amplo Publications
Os comerciais de margarina geralmente mostram cenas que retratam famílias muito felizes. Pais, mães e filhos aparecem sorridentes, bem-
Para que, em nossa casa, o roteiro seja leve e suportável, creio ser necessária a repetição constante de, no mínimo, três cenas: a cena da oração, a cena da confissão e a cena do coração.
A cena da oração é aquela em que um dos membros da família ocupa a sala, a cozinha ou o quarto e ali gasta um tempo a sós com Deus (Mt 6.6). Assistir a essa cena devia ser uma experiência comum para todos da casa. Por exemplo, a mãe que entra no quarto da filha não deveria estranhar encontrá-
A segunda cena, a cena da confissão, é um pouco densa, mas nunca falta no filme do lar que tem o próprio Deus como diretor. Nessa cena, o cenário é meio cinzento, havendo pouca luz; a música é lenta e cheia de emoção, os rostos dos personagens são graves e, às vezes, molhados por lágrimas. É a cena em que um dos membros da família se aproxima do outro para pedir perdão por uma palavra ofensiva, por uma brincadeira de mau gosto, por um esquecimento, uma falha, um tropeço, um erro intencional ou não (Mt 5.23-
Finalmente, vem a cena do coração. Tenho de tomar cuidado aqui, pois não quero transmitir a ideia de uma cena marcada por romantismo demagógico, aquela cena tipo piegas que só consegue gerar comoção em gente ingênua, incapaz de perceber que está sendo manipulada. Não, a cena do coração de que falo aqui não tem fundo musical, abraços emocionados, jargões batidos ou frases de efeito. É uma cena simples, rápida e corriqueira. Nela, um membro da família simplesmente diz ao outro: “Eu amo você” (1Co 13.1-
Dizer “eu amo você” a alguém da família é muito importante — e se essas palavras não forem ditas dentro de casa, onde mais as ouviremos? Somos oprimidos por um mundo selvagem o tempo todo enquanto tentamos sobreviver dentro dele. Também lidamos com as circunstâncias ruins da vida que simplesmente nos sobrevêm, sem mais nem menos. Chegamos a casa com os pés cansados depois de termos sido ofendidos no trânsito, perseguidos no trabalho, incomodados por parentes encrenqueiros e injustiçados por um governo sujo. A soma disso tudo traz desânimo. Isso sem falar dos dias em que, sem motivo aparente, os homens se sentem fracassados e as mulheres se sentem feias (os homens também se sentem feios, mas no caso deles não há muito que fazer).
Vivendo esse drama constante, quão preciosos serão os momentos em que alguém nos diz, mesmo em flashes ligeiros e repetitivos, “eu amo você”. Sim, pois nesses flashes está embutido um discurso mais ou menos assim: “Olhe, o amor que tenho por você não depende do seu sucesso, da sua aparência, do seu estado de espírito ou da sua saúde. Esse amor estava aqui ontem e continua aqui hoje, independente de tudo. Ele estava vivo quando lhe telefonei pela manhã e não morreu agora que o dia acabou. E esse amor é imenso. Se posso expressá-
Bom, eis aí as três cenas produzidas constantemente nos estúdios do lar cristão. Agora vem a pergunta chata: você as tem protagonizado? Se não tem, que filme feio e sem graça deve “rolar” em sua casa! Dê um jeito de mudar isso e, sob a dependência de Deus, desempenhe novos papéis. Isso mesmo! Participe da cena da oração, da cena da confissão e da cena do coração. Diga: “Senhor, eu venho a ti...”. Diga: “Por favor, me perdoe...”. Diga: “Eu amo você”.
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