Meditação © Amplo Publications

30 de março de 2016

O Pregador Fracassado

Um dos maiores privilégios que um crente pode receber de Deus é a tarefa de pregar sua Palavra. Num mundo em que tantas filosofias vãs e mensagens tolas gritam seus discursos por todo canto, achar-se entre a minoria que ainda preserva e propaga os ditos de Deus é uma honra tão grande que dificilmente um pregador teria palavras para agradecer ao seu Senhor por ter-lhe confiado tarefa tão sublime.


No entanto, mesmo de posse de uma função tão nobre, muitos pregadores são desleais. O pregador desleal é aquele que altera a mensagem e passa a proclamar suas próprias ideias ou as ideias de homens que jamais se comprometeram com o Senhor. São os propagadores de vãs filosofias, de falsas crenças, de invencionices nascidas em sua própria imaginação. Alguns deles se passam por intelectuais, anunciando conceitos propostos pelos grandes filósofos deste mundo. Outros se passam por superprofetas, proclamando mentiras que dizem ter-lhes sido reveladas pelo próprio Senhor.


Todos esses homens, não importa o tamanho do seu público, são pregadores fracassados, pois, em vez de cumprirem com fidelidade a tarefa de porta-voz, consideram-se, eles próprios, a Voz, transmitindo o que acham, o que preferem e o que inventam.


Isso tudo conduz à conclusão de que, para não ser um fracasso, o pregador precisa simplesmente proclamar com exatidão os oráculos de Deus. De fato, o bom pregador é aquele que extrai sua mensagem do texto bíblico e não de outras fontes. Ele tenta descobrir o que os autores das Escrituras realmente quiseram dizer, lendo comentários, estudando a passagem em sua língua original e ouvindo outros arautos de Deus que expuseram aqueles mesmos textos em outras ocasiões. Esse trabalho — eu me arrisco a dizer — garante 80% do sucesso do pregador, um sucesso que não é medido pelo aplauso dos homens, mas sim pela aprovação de Deus.


E quanto aos 20%? De que mais o pregador precisa para ter sucesso completo? Eu acredito que, para ter sucesso completo, o pregador não tem de apenas dizer a verdade. Ele tem de dizer a verdade com ardor e paixão como fizeram os profetas do AT e os apóstolos do NT. Ele precisa pregar “cheio do Espírito Santo” (At 4.8), de maneira que sua mensagem passe primeiro pela mente instruída, depois pelo coração incendiado pelo Espírito e, finalmente, pelos lábios corajosos que fazem a verdade jorrar com força, arrastando os ouvintes numa enxurrada não somente de alegria, conhecimento, esperança, arrependimento, amor e emoção, mas também de medo, ódio, revolta e rejeição.


Se isso for verdade, quão pouco sucesso temos tido! Quantos fracassos eu mesmo tenho provado! Senhor, que vergonha! Perdoa, perdoa, perdoa!


Orem pelos arautos de Deus. Orem por eles para que sejam tomados de toda a plenitude divina. Orem para que não sejam apenas transmissores de conclusões exegéticas profundas, mas também portadores de palavras vivas, incendiadas pelo poder do Espírito Santo. Orem pelo seu sucesso — não o sucesso nos termos que o mundo o vê, mas o sucesso de um embaixador fiel que dá o recado do seu Rei com força, amor e vibração.

pr. marcos granconato

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29 de março de 2016