Meditação © Amplo Publications
Certa vez, um pastor me mostrou, animadíssimo, um livro que comprou em um retiro. Segundo me contou, ele havia descoberto o “segredo” para uma igreja forte e vibrante. Fiquei muito curioso ao ver o ânimo dele e resolvi ler o livro. Na verdade, fiquei decepcionado ao ver que o segredo não passava de estratégias de marketing, técnicas de administração, dinâmicas de grupo e uma aparência impecável de um império bem organizado. Por outro lado, pouquíssima base bíblica havia nesse “segredo do sucesso”. Como esse, há dezenas de livros com fórmulas secretas para a igreja.
Paulo também escreveu livros sobre a igreja. Mas não havia muitos segredos... Apenas o velho ensino bíblico que já existia muito antes do apóstolo, o qual apontava para o estudo da Palavra, para a submissão a Deus e para o zelo com o caráter.
Segundo a orientação paulina, os pastores deveriam ser capacitados a ensinar corretamente as Escrituras: “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tt 2.1). Tais homens não deveriam ter carta branca para fazerem o que quisessem, mas deveriam, junto com todos os irmãos, manter uma conduta santa e exemplar: “Torna-
Sobre os homens, Paulo se dirige aos idosos – os homens que deveriam ser sustentáculos da igreja – e diz: “Sejam temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor e na constância” (Tt 2.2). Isso quer dizer que o caráter desse grupo não podia ser questionável. Deviam ser homens controlados tanto nas ações como nas palavras. Precisavam ser os defensores da verdade e da fé cristã, com sensatez e não com estultícia. Deveriam ser exemplos de amor na igreja e em tudo constantes, não suscetíveis a humores variados e modismos teológicos ou eclesiológicos. Tinham de ser os pilares sólidos da igreja.
As mulheres também recebem a atenção de Paulo na orientação sobre a igreja sadia. Entre um bom número de ordens dadas no texto de Tito 2.3-
Os jovens da igreja são um grupo valorizado por Paulo e influente no que tange aos rumos e à saúde da igreja. Por isso, orienta-
Ao que tudo indica, tais procedimentos não deveriam ter lugar somente na igreja, já que Paulo aconselha os servos – trabalhadores escravos ou assalariados – a terem atitudes cristãs também no trato com seus patrões. Nesse sentido, o texto de Tito 2.9,10 diz que eles deviam ser “motivo de satisfação” para seus senhores e não de desgosto. Ao tratar com os patrões, não podiam ser “respondões”. Agir como ladrões era a última coisa que deviam fazer, pelo que lhes diz: “Não furtem; pelo contrário, deem prova de toda a fidelidade”. Tal fidelidade seria um enfeite sobre o ensino santo do Senhor: “A fim de ornarem, em todas as coisas, a doutrina de Deus, nosso Salvador”.
No final das contas, o mesmo caráter pessoal, a mesma humildade e dependência da graça de Deus e o mesmo apego e amor pelo ensino bíblico ordenado no Antigo Testamento são o modo de agir da igreja sadia indicado por Paulo no Novo Testamento. Portanto, não há nenhum segredo para uma igreja forte e vibrante. Só há fé, estudo, obediência, dependência e serviço.
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