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27 de outubro de 2017

Falando a Verdade com Educacao e Gentileza

“Não responda ao insensato com igual insensatez, do contrário você se igualará a ele. Responda ao insensato como a sua insensatez merece, do contrário ele pensará que é mesmo um sábio” (Pv 26.4,5 NVI).


A Unidade de Pesquisa da Fala do Kenyon College, em Ohio, provou por meio de testes que, quando se dirigem gritos a uma pessoa, ela simplesmente não consegue deixar de gritar de volta. Assim, alguém pode usar esse conhecimento científico para deixar outra pessoa irritada. Do mesmo modo, é possível controlar o tom de voz de outra pessoa pela sua própria voz. Estudos também provaram que se você mantiver sua voz suave, dificilmente você será dominado pela raiva. Por isso, a própria Psicologia aceitou como científica a injunção bíblica que diz que “a resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira” (Pv 15.1).


Munido desse conhecimento sobre a relação de causa e efeito entre a fala e seus resultados sobre os outros, Salomão tem mais a dizer sobre o modo de se responder ao tolo. A forma como os dois versículos parecem antagônicos e incoerentes entre si já fez com que muitos questionassem a inerrância desse trecho e até do livro como um todo. Mas não há contradição e sim pontos de vista diferentes sobre a mesma situação. Sob o primeiro ponto de vista, Salomão diz “não responda ao insensato com igual insensatez”. Nesse caso, o que ele tem em mente é o modo tosto, bruto, estourado, impensado e impróprio de o tolo falar. Se o sábio descer a esse nível de tratamento, ele também será considerado tolo, pelo que o escritor explica que “você se igualará a ele” caso aja desse modo. Por isso, a brandura, o respeito, a paciência, a decência e o bom senso (cf. Pv 15.1) serão uma marca distintiva de sabedoria daquele que teme a Deus e quer servi-lo até no modo como fala aos outros.


Porém, o escritor não está ensinando que temos de enterrar a verdade diante do engano para a promoção de uma paz baseada na covardia, na omissão ou na indiferença. Por isso, sob outro ponto de vista ele responsabiliza o servo de Deus de dizer a verdade ao tolo para que este veja sua própria tolice, dizendo “responda ao insensato como a sua insensatez merece”. Tendo o versículo anterior em mente, o sábio dirá ao tolo, de modo gentil, verdades que ele precisa ouvir para ser corrigido. Não cabem aqui desculpas covardes para se omitir como “esse tipo de problema é muito difícil de tratar” ou “tal pessoa é muito complicada”. É necessário se posicionar ao lado de Deus e da verdade para que o tolo não ache que sua tolice está correta, pois “ele pensará que é mesmo um sábio”. Por isso, fale sempre a verdade com educação e gentileza, visando à correção de quem está errado e ao bem de quem necessita. Em vez de irritar os outros com gritos, produza com suas palavras benefícios que irão durar para sempre.


pr. thomas tronco

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