Meditação © Amplo Publications

27 setembro de 2017

Qual o Tamanho do Amor de Jesus?

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.13).


Já ouvimos falar de muitas pessoas que arriscam suas vidas e que até morrem para salvar outras. Isso é uma grande prova de amor. O versículo acima diz ser a maior expressão de amor que existe. No caso de Jesus, entretanto, esse amor foi imensamente maior. Se um ser humano der a vida em lugar de outro, será um ato de amor entre seres iguais, da mesma dignidade. Quando Deus morreu para salvar a humanidade, a escala de valores pendeu bruscamente para um dos lados. Todo o número de pessoas salvas por meio da morte de Cristo tem valor ínfimo diante da glória de Deus. Ainda assim, alguém de valor infinito morreu por seres mesquinhos, pecadores e dispensáveis. Dispensáveis porque Deus não tinha necessidade da nossa presença. Ele não salvou homens porque precisava deles, mas porque os amou.


O preço foi pago por Jesus de uma forma espontânea que evidencia o caráter da sua obra. Ele não foi obrigado a tal sacrifício, mas, devido ao grande amor que teve por nós, sem reservas entregou sua vida, pelo que disse: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai” (Jo 10.17-18). Paulo completou a ideia explicando: “O qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl 1.4).


Esse amor fica em maior relevo quando acrescentamos o fato de que Jesus não apenas morreu para nos salvar, mas trocou de lugar conosco. Abençoar alguém demonstra amor. Entretanto, ceder sua bênção a alguém, assumindo a maldição do outro sobre si, demonstra um amor extraordinário. Cristo entregou seus próprios benefícios por nós, assumindo nossa total miséria. Ele trocou de lugar com aqueles a quem amou, “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8.9). Ao fazer isso, Jesus tomou nosso lugar tão perfeitamente que, para a justiça divina, é como se tivéssemos sido castigados com todo o rigor que a santidade de Deus exige. Desse modo, podemos avaliar a enorme carga levada por Jesus na cruz e o incrível amor que o motivou a suportar as agruras de uma morte tão terrível.


Como se já não houvesse ficado claro o motivo que levou o Senhor a empreender tão grande obra salvadora, surge-nos à mente a situação humana quando isso foi feito. Sempre ouvi que devemos ajudar a todos que nos pedem auxílio, sem fazer conta de quem seja. Mas o que dizer de se ajudar a quem não pede e que, na verdade, nem quer tal ajuda? E quando tal pessoa nos odeia, ofende e se põe na condição de um inimigo? É certo que às vezes também agimos como pessoas ingratas e rebeldes, mas isso não faz com que sejamos compreensivos ao ver pedras atiradas em nossa direção, principalmente quando elas são resposta a uma tentativa de auxílio. Tal resposta negativa nos fere profundamente, criando um forte sentimento de autopiedade e imediatamente desenvolvemos uma atitude contrária à primeira, desejando vingança pela ingratidão. Queremos a punição de quem menosprezou nossa boa vontade!


Esse desejo da nossa parte de certa forma faz sentido ― em termos humanos ―, pois tentar ajudar alguém é algo bom, enquanto desprezar tal ajuda, em meio a ofensas e demonstrações de inimizade, é algo realmente mau e digno de castigo. A isso se dá o nome de justiça. Deus é totalmente justo, de modo que, se a regra anterior faz sentido na esfera humana, na esfera divina é obrigatória. Deus, na sua imensa justiça, tinha total razão de nos castigar pelo desprezo para com a sua comunhão, pela incrível ofensa a ele que resultou numa inimizade profunda e pela vida alheia à sua vontade, acrescida da grotesca ingratidão à obra redentora por meio da incredulidade.


Tal situação nos torna culpados e faz com que a sentença de afastamento permanente de Deus e uma punição em sofrimento eterno sejam totalmente justas e cabíveis. Ninguém ficaria surpreso, nesse caso, com o juízo proferido por Deus a cada ser humano, visto ser adequado ao comportamento humano carregado de malignidade e blasfêmia. Em vez disso, Deus nos surpreende pela natureza e pelo tamanho do Seu amor. Ele resolveu não levar em conta a degradante situação humana de pecado, nem a afronta e o desrespeito, nem tampouco o fato de o homem, à semelhança do diabo, ter desejado ser igual a Deus. Ele até relevou o fato de ver o homem fugindo quando deveria estar de joelhos, em prantos, buscando o perdão e a misericórdia dos céus. Apesar de tudo isso, Jesus morreu por nós.


Muitas verdades capazes de nos levar a profundas reflexões! Sendo assim, agora você pode fazer a si mesmo a pergunta inicial e respondê-la com convicção: “Qual o tamanho do amor de Jesus?”. Você talvez diga de primeira: “Infinito” ― e estará certo se assim responder. Mas a maior dificuldade não é responder tal questão, mas reagir a ela de modo correto e satisfatório. Nesse caso, as perguntas a se fazer são outras: “Eu tenho amado o Senhor Jesus? Creio nele de todo coração? Entreguei a ele minha vida? Tenho vivido de modo coerente com alguém que o ama? Tenho me dedicado a amá-lo cada dia mais? Tal amor é revertido em ações práticas e adoração pessoal e coletiva ao nome do seu salvador?”. Enfim: “Qual o tamanho do seu amor por Jesus?”.

pr. thomas tronco
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