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31 de outubro de 2017

Confiar no Tolo

“Como cortar o próprio pé ou beber veneno, assim é enviar mensagem pelas mãos do tolo. Como pendem inúteis as pernas do coxo, assim é o provérbio na boca do tolo” (Pv 26.6,7 NVI).


Um amigo meu tinha uma importante reunião em uma empresa a fim de prestar um serviço de vários meses. Pouco antes de sair de casa, ele sofreu um acidente doméstico que o levou ao hospital. Não podendo comparecer à reunião, pediu que seu cunhado o representasse, orientando-o sobre como agir e o que dizer aos diretores da empresa. O cunhado, querendo ser simpático na reunião, fez exatamente o oposto do que deveria, contando piadas em horas indevidas e falando coisas que chocaram os participantes. O resultado foi que meu amigo não conseguiu o serviço que queria. A empresa pensou que a firma do meu amigo se portava do mesmo modo que seu cunhado. A verdade é que ele mandou a pessoa errada para representá-lo diante dos outros.


É bem provável que Salomão conhecesse gente como o cunhado do meu amigo. Por isso, tinha conhecimento suficiente para alertar seus leitores sobre o perigo de “enviar mensagem pelas mãos do tolo”. Portar uma mensagem de outra pessoa é o mesmo que representá-la, razão pela qual essa tarefa, de muita importância, exige fidelidade e responsabilidade, qualidades essas que faltam ao tolo. Assim, o escritor compara o resultado de deixar um tolo por representante “como cortar o próprio pé ou beber veneno”. Cortar o próprio pé é causar um ferimento que trará sofrimento, limitações e incapacidade. Boa parte dos objetivos que a pessoa tinha tem de ser abandonada por falta de um membro tão importante. Tomar veneno é pior ainda porque causa o maior dano que alguém pode infligir ao seu próprio corpo, visto que lhe custa a vida. Do mesmo modo, transferir responsabilidades pessoais para um tolo é abrir a porta para todos os tipos de sofrimento, prejuízos e desgostos.


No versículo seguinte o rei sábio explica a razão de suas duras palavras. Segundo esclarece, “o provérbio na boca do tolo” é como se fossem “as pernas do coxo”, as quais “pendem inúteis”. Isso revela a nulidade do ensino sábio na vida daquele que despreza a sabedoria e que teima em permanecer na insensatez. Assim como a perna do coxo é inútil para ele, a sabedoria é inútil para o tolo que a rejeita. Por isso mesmo, ele é a última pessoa que deve servir de representante para outros ou assumir responsabilidades alheias. Tome muito cuidado com quem você conta para lhe servir de suporte e para dividir seus encargos. Os atos de um tolo que age em seu lugar irão refletir diretamente sobre você como se fosse tão insensato quanto seu representante. É melhor fazer algo sozinho do que com a ajuda de alguém que, na verdade, mais atrapalha.


pr. thomas tronco

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