Meditação © Amplo Publications

6 de julho de 2018

Ouvir e Aprender

“Se o sábio der ouvidos, aumentará seu conhecimento, e quem tem discernimento obterá orientação para compreender provérbios e parábolas, ditados e enigmas dos sábios” (Pv 1.5,6 NVI).


Calvin Coolidge (1872-1933), em certo domingo, foi à igreja sozinho por causa de uma indisposição da Sra. Coolidge. Quando ele voltou para casa, foi até o quarto ver como sua esposa estava se sentindo. Ela prontamente o tranquilizou e lhe perguntou se ele tinha gostado do sermão. O marido respondeu com uma afirmação que não a convenceu muito. Então, ela perguntou: “Sobre o que foi o sermão?”. “Sobre o pecado”, respondeu Cooligde. “E o que o pastor disse?”, questionou a esposa. Ele respondeu brevemente: “Ele era contra”. Pelo jeito, o ex-presidente norte-americano não prestou muita atenção ao sermão daquele domingo.


Certamente, ninguém aprende muito sem dar ouvidos ao que é ensinado. Por isso, Salomão se esforça em argumentar sobre a importância da sabedoria no início do livro. Mas, nesse sentido, não basta apenas o sábio ensiná-la, é preciso que o simples a escute e aprenda. Por isso, ele aponta essa condicionalidade dizendo que, “se o sábio der ouvidos, aumentará seu conhecimento”. Entretanto, mais uma vez há a preocupação em mostrar que esse conhecimento tem caráter prático, pelo que se diz que “quem tem discernimento obterá orientação para compreender provérbios e parábolas, ditados e enigmas dos sábios”. A princípio, ele parece se referir a charadas ou a brincadeiras de perguntas, mas o livro todo não tem nada parecido com isso. Ao que tudo indica, ele se refere aos problemas e dificuldades da vida e dos relacionamentos, os quais, por vezes, parecem enigmáticos para as pessoas, de modo que somente os sábios conseguem se comportar bem diante deles.


Portanto, tendo descrito os benefícios da sabedoria, a ênfase recai mesmo sobre a condição “se o sábio der ouvidos”. Ninguém é capaz ou especial sem se tornar isso. Para tanto é necessário ouvir e aprender. Um bom exemplo é o do profeta Isaías, o qual fala da sua nobre e profícua função, dizendo: “O Soberano Senhor deu-me uma língua instruída, para conhecer a palavra que sustém o exausto” (Is 50.4a). Porém, antes de obter sua “língua instruída”, Deus lhe abriu o ouvido para que aprendesse o que devia ensinar, algo que o profeta explica assim: “Ele me acorda manhã após manhã, desperta meu ouvido para escutar como alguém que é ensinado” (Is 50.4b). Isso quer dizer que não há alguém que fale o que é correto sem antes ter ouvido o que é direito. Eis a razão pela qual o servo de Deus deve ter um grande apego pela Bíblia, pelo ensino teológico, pelas pregações e estudos da Palavra de Deus e por literatura que contribua no seu aprendizado das Escrituras. Quem quer falar ou viver segundo a vontade de Deus tem de, primeiro, ouvi-la e aprendê-la. É o que você tem feito?

pr. thomas tronco 1

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