Meditação © Amplo Publications

9 de janeiro de 2018

Vagueiar Longe do Lar

“Como a ave que vagueia longe do ninho, assim é o homem que vagueia longe do lar” (Pv 27.8 NVI).



O doutor Charles Henry Parkhurst (1842-1933), distinto pregador e ativista de uma reforma política e social em Nova York, em um discurso no qual abordava as lembranças do início da sua vida religiosa, contou como ele muitas vezes tinha ouvido seu pai orar na igreja e na mesa da família. Mas foi só quando ele o ouviu orando em voz alta, ajoelhado no celeiro de sua fazenda, é que ele percebeu que a oração era uma das mais profundas realidades da vida de serviço a Deus. É impressionante como o exemplo e o ensino dos pais têm uma influência tão poderosa sobre os filhos, seja para o bem ou para o mal.



Infelizmente, nem todos os pais estão conscientes dessa realidade ou da responsabilidade que têm, nem tampouco têm a disposição de pagar o preço de serem bons pais. Referindo-se a isso, Salomão fala de uma situação em que os pais fazem falta à sua família, causando danos e sofrimento. Como base de comparação didática, é citada “a ave que vagueia longe do ninho”. Se em português essa figura é um pouco difusa, o texto hebraico mostra se tratar de uma ave fêmea. Nessa cena, a mamãe-pássaro, em vez de cuidar do seu ninho, no qual estão seus filhotes, passeia longe dele. O resultado é que não há proteção para seus filhotes recém-nascidos, ficando à mercê dos predadores. Essa é uma figura que aponta de maneira dramática a irresponsabilidade dos pais em proteger e guiar seus filhos estando ao seu lado, passando tempo com eles, ensinando-os e vigiando-os para que o mal não os atinja.



Depois de pintar esse quadro feio, o rei sábio diz que ele é comparável ao “homem que vagueia longe do lar”. Trata-se daquele que, a despeito das responsabilidades que tem, gosta de brincar e se divertir por aí enquanto seu lar segue adiante sem rumos. As consequências são drásticas. Sendo assim, o que levaria um pai ou uma mãe a negligenciar seu ninho, digo, seus filhos? Muitas são as razões como ser egoísta, desejar recuperar a juventude perdida, nutrir sonhos incompatíveis com sua realidade e ter preguiça de arcar com a dura, mas gratificante função de educar os filhos. Seja como for, qualquer pessoa que aja assim certamente reprovaria uma ave que deixa seus filhos ao relento, devendo, portanto, olhar para si sob a mesma óptica. O custo de não fazê-lo a tempo pode fazer com que os filhos sigam por rumos que os afastem cada vez mais do bem, da segurança e de Deus, especialmente. Depois que isso acontece, não adianta lamentar, assim como o canto do pássaro não pode trazer de volta os filhotes perdidos. Seja um bom pai ou uma boa mãe enquanto é tempo!

pr. thomas tronco 1
08-jan_se-eu-tiver-que-morrer

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