Meditação © Amplo Publications
“Há três coisas misteriosas demais para mim, quatro que não consigo entender: O caminho do abutre no céu, o caminho da serpente sobre a rocha, o caminho do navio em alto mar, e o caminho do homem com uma moça” (Pv 30.18,19 NVI).
Conheci um rapaz incrédulo que queria namorar uma moça crente. Ela, obviamente, negou todos os pedidos de namoro do rapaz, explicando que Deus não se agrada de um relacionamento entre um filho seu e outra pessoa que lhe despreza o nome. Então, o rapaz comprou uma Bíblia, começou a frequentar as reuniões de jovens, passou a distribuir boletins nos cultos e entrou para o coral da igreja. Pensando que ele tinha se convertido, a moça aceitou seu pedido de namoro — e outros pedidos. Assim que se casou com ela, ele nunca mais a deixou entrar em uma igreja. Foi uma surpresa para todos, especialmente para ela.
Agur várias vezes faz uso daquela figura de linguagem em que números crescentes emolduram o contexto que ele fornece a fim de transmitir sua sábia observação. Assim, ele introduz seu novo tema dizendo que “há três coisas misteriosas demais para mim, quatro que não consigo entender”. Isso lhe abre caminho para oferecer três bases de comparação para a observação central, a qual vem em último lugar em sua lista. Os três primeiros mistérios para ele são “o caminho do abutre no céu, o caminho da serpente sobre a rocha, e o caminho do navio em alto mar”. O ponto de ligação entre esses três elementos não é tão claro como gostaríamos, de modo que várias sugestões surgem, como dizer que nenhum deles deixa rastro. Porém, tal opção não favoreceria em nada o ponto central do provérbio. Ao que tudo indica, ele cita tais figuras para mostrar que nenhuma delas tem um caminho fixo, podendo seguir para um lado ou para o outro quando quiserem sem nenhuma dificuldade.
Construindo tal imagem na mente do leitor, Agur prossegue e cita mais um caminho misterioso que não é limitado pelos contornos de uma estrada fixa, o qual ele descreve como “o caminho do homem com uma moça”. Não fica claro se ele se refere àquilo que um rapaz faz para conquistar uma moça, ou o que ele tenta fazer com ela depois que já a conquistou. Seja como for, Agur alerta seus leitores de que não se trata de uma estrada segura, mas de uma viagem sem rota definida, cujos rumos são misteriosos. Isso nos alerta para duas lições. A primeira é que ninguém pode ser confiante demais em sua força de resistir ao mal, nem na força dos outros. É preciso estabelecer limites e normas protetoras para manter a moralidade de um relacionamento. A segunda lição é que, enquanto os desejos humanos são uma viagem sem rumo, a Palavra de Deus é o caminho seguro que conduz aqueles que por ela viajam, razão pela qual os crentes devem guiar suas vidas e seus relacionamentos por ela. Afinal, poucos minutos de prazer podem gerar muitas décadas de sofrimento.
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