Meditação © Amplo Publications
“O cúmplice do ladrão odeia a si mesmo; posto sob juramento, não ousa testemunhar” (Pv 29.24 NVI).
Eu soube de uma mulher que apanhou dos vizinhos. Não foi nada como um linchamento, mas ela tomou uma boa surra. A razão é que ela sabia dos maus tratos que seu vizinho mantinha em relação ao seu pequeno enteado. Ela sabia que ele era violento com o menino e que às vezes o espancava severamente. Porém, ela nunca interferiu, nem tampouco denunciou a ação criminosa daquele homem. Sentindo-
Às vezes, pensamos que a criminalidade é uma característica exclusiva dos nossos dias, mas isso não é verdade. A Bíblia mostra a ação de criminosos do passado e também de seus cúmplices, dizendo que “o cúmplice do ladrão odeia a si mesmo”. Quando diz que tal homem “odeia a si mesmo”, sua intenção não é apontar um sentimento negativo de alguém por si mesmo, mas sua insensatez ao se colocar ao lado de gente ruim e acabar pagando caro por essa péssima escolha. Entretanto, além do cúmplice ativo de um criminoso, há também aquele que age como um cúmplice passivo, pois o escritor fala de alguém que, “posto sob juramento, não ousa testemunhar” contra os bandidos. Seja por uma participação ativa, ou por uma omissão passiva, o homem que sabe da maldade alheia contra terceiros e não faz nada para impedir e para trazer justiça onde a desonestidade impera, é considerado alguém repreensível por sua omissão.
Esse conceito não foi criado por Salomão, mas previsto na lei mosaica cinco séculos antes, no estatuto que diz: “Se alguém pecar porque, tendo sido testemunha de algo que viu ou soube, não o declarou, sofrerá as consequências da sua iniquidade” (Lv 5.1). Por isso, ainda que a covardia em denunciar o mal pareça uma atitude sábia a princípio, ela produz consequências posteriores que prejudicam o “cúmplice”. Se isso vale na vida social, também vale sob a óptica religiosa, na qual o servo de Deus tem o dever de denunciar o pecado do mundo e as consequências da incredulidade, pelo que o Senhor diz a Ezequiel: “Quando eu disser ao ímpio que é certo que ele morrerá, e você não falar para dissuadi-
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