“Quem rouba seu pai ou sua mãe e diz: ‘Não é errado’ é amigo de quem destrói. O ganancioso provoca brigas, mas quem confia no Senhor prosperará” (Pv 28.24,25 NVI).
Uma senhora chamada Lee R. Pepping contou, certa vez, que quando seu irmão, um tenente do Exército norte-americano, esteve lotado no Japão, ficou impressionado com o eficiente serviço de limpeza dos aposentos dos oficiais. Contudo, a fim de evitar problemas e chateações, sempre que saía do quarto, ele escondia sua cara câmara fotográfica em um lugar seguro, um tipo de esconderijo. Um dia, ele se esqueceu desse ritual e deixou a câmara sobre sua cama. Ele ficou muito preocupado e temeroso de chegar ao quarto e não encontrar mais seu precioso bem. Mas, ao voltar, descobriu não apenas que a câmara não fora roubada, como também que a empregada a tinha guardado justamente em seu esconderijo costumeiro!
É até bonito ouvir uma história dessas, especialmente em dias que nos parece que todos querem levar vantagem e que conceitos como honra e honestidade foram esvaziados do seu significado e valor. Porém, nossos dias não são os inventores de alguns males indizíveis. Salomão fala de um tipo de filho que “rouba seu pai ou sua mãe e diz: ‘Não é errado’”. Seria-nos custoso acreditar em um absurdo desses se cada um de nós já não tivesse visto ou ouvido falar de pessoas que exploram e abandonam seus progenitores, além de e causar sofrimentos impensáveis a eles. É claro que esse tipo de pecado pode assumir as mais diversas formas, desde a exploração aberta e escandalosa até formas mais sutis que tentam tornar bonito o que é indefensável, como Jesus disse e condenou severamente em Marcos 7.10-13. Independente da forma com que esse tipo de aberração seja feita, a verdade é que quem age assim “é amigo de quem destrói”.
Por que alguém iria querer destruir os próprios pais? Ao que tudo indica, o escritor não tem em mente algum problema particular de relacionamento, mas um impulso mais geral: a ganância. Nesse caso, o “ganancioso” faz de tudo para obter lucro, mesmo que tenha de lesar os próprios pais. É claro que o problema não para por aí, pois “ganancioso provoca brigas” seja onde for. Ele manipula as pessoas para obter benefícios pessoais, mesmo que isso custe as amizades, o bem-estar e a segurança das pessoas que o cercam. O único valor que ele conhece é o dinheiro e, por isso, o Senhor é seu juiz. O antagonista do ganancioso, segundo Salomão, não é exatamente aquele que cuida dos pais, “mas quem confia no Senhor”. Isso significa que parte do problema do ganancioso é a falta de fé que o leva a se garantir por seus próprios meios, mesmo que para isso tenha de destruir seus pais. Contudo, isso não fica sem castigo, pois o escritor diz que o que confia em Deus é quem “prosperará”. Por isso, avalie o seu modo de ver os bens, os métodos que você usa para garantir seu bem-estar e o quanto você cuida dos seus, pois Deus sabe cada uma dessas coisas a seu respeito e age de acordo.