Meditação © Amplo Publications

29 de maio de 2018

Uma Transformação Radical

“Duas coisas peço que me dês antes que eu morra: Mantém longe de mim a falsidade e a mentira; Não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o Senhor?’ Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus” (Pv 30.7-9 NVI).



O milionário Robert Herbert Thompson possuía um pequeno império que contava com 180 jornais, 290 outras empresas e 300 milhões de dólares em investimentos. Certa vez, foi perguntado a ele o seguinte: “Quanto você daria para ser o dono do jornal New York Times?”. Rapidamente, como se fosse um flash, ele respondeu: “Acredito que eu venderia a minha alma”. Tendo chocados seus ouvintes com essa declaração, ele explicou: “Eu não me prendo às pessoas e não me aproximo de ninguém, a não ser dos meus negócios. Eu não tenho amigos pessoais. Só tenho o trabalho”. É triste ver como o dinheiro, que muitos julgam ser uma fonte de bênçãos, tornar a vida de tanta gente de caráter fraco totalmente triste e vazia.


Agur era alguém preocupado com seu caráter. Como sábio, seus objetivos não eram puramente materiais, mas ligados ao seu relacionamento com Deus. Por isso, ele diz: “Duas coisas peço que me dês antes que eu morra”. Citar a morte nesse pedido reflete o caráter máximo do seu objetivo de vida. Assim, seu primeiro pedido é “mantém longe de mim a falsidade e a mentira”. O que ele almeja aqui é ser uma pessoa justa e verdadeira. Sua preocupação principal não é a ação de terceiros contra ele, mas suas próprias ações — ele quer ser íntegro e honrado. A segunda coisa que Agur pede é “não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário”. Essa é a versão veterotestamentária da oração de Jesus que diz “dá-nos hoje o nosso pão de cada dia” (Mt 6.11). Que diferença da mensagem atual que chamamos de Teologia da Prosperidade, cujas orações exigem de Deus riquezas e bem-estar como prova da sua bondade e do seu poder, sem se preocupar em nada com o caráter dos servos do Senhor e seu modo de viver a fim de agradar e honrar o seu Deus!


O autor, contudo, não deve ser confundido com alguém que fez algum tipo de voto de pobreza. Ele explica a razão da oração apenas pelo suprimento necessário, mostrando que sua preocupação é fugir da tentação. Primeiro ele diz que, “tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o Senhor?’”. Ele conhece bem a propensão humana de se sentir autossuficiente quando tudo vai bem e quando se têm recursos à mão para controlar certas situações. Mas seu desejo, como bom servo de Deus, é depender em todo tempo do seu Senhor. Por outro lado, ele explica que, “se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus”. Ele não é um ladrão e não está procurando justificativas para sê-lo. Porém, ele também reconhece a propensão humana de tomar as rédeas da situação quando tudo vai mal em vez de confiar e esperar em Deus. Ao contrário, o que ele mais quer é que sua vida — e até seu eventual sofrimento — sirva para honrar e glorificar o nome do Senhor. Você se identifica com esse homem e com sua oração? Talvez esteja na hora de uma transformação radical nos seus conceitos e objetivos de vida.

pr. thomas tronco 1

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