Meditação © Amplo Publications

30 de janeiro de 2018

Buscar a Excelência

“Quem cuida de uma figueira comerá de seu fruto, e quem trata bem o seu senhor receberá tratamento de honra” (Pv 27.18 NVI).


O general americano Ira C. Eaker (1896-1987), chefe do comando de bombardeiros da Força Aérea do Exército na Europa, recebeu um jantar para homenageá-lo, juntamente com sua equipe, assim que chegaram à Inglaterra. O mestre de cerimônias do evento foi o prefeito da aldeia onde a base de Eaker foi alocada, o qual falou por um tempo considerável sobre as virtudes dos norte-americanos e sobre a dívida que a Inglaterra tinha com eles. Em seguida, ele chamou o general Eaker para dizer algumas palavras. Eaker se levantou, limpou a garganta em um claro sinal de constrangimento e disse humildemente: “Em virtude de ainda não termos travado nenhuma batalha, eu prefiro não dizer nada. Mas espero que quando formos embora você estejam felizes por termos vindo”. Com isso, ele se sentou em meio a uma tempestade de aplausos que durou minutos a fio!


Ele estava certo! Ainda que seja encorajador ser bem recebido e honrado pela disposição de fazer grandes coisas, a recompensa realmente deve vir em função do trabalho e do esforço realizado. É por isso que o caminho para o êxito daqueles que querem ser bem sucedidos deve ser o trabalho benfeito. Por isso, Salomão utiliza uma figura muito sugestiva ao dizer que “quem cuida de uma figueira comerá de seu fruto”, pondo em relevo o fato de que os bons resultados que as pessoas almejam são fruto de trabalho bem disposto, responsável e perseverante que sempre busca excelência no que faz. É desse modo que o agricultor tem a colheita que deseja e pela qual trabalhou. Essa figura é muito apropriada, pois, além de enfatizar a responsabilidade que o trabalho exige, sugere que frequentemente o trabalho é também árduo, difícil e cansativo, assim como a atividade rural. Mesmo assim, esse é o caminho sem atalhos para a colheita.


Do mesmo modo, o escritor afirma que “quem trata bem o seu senhor receberá tratamento de honra”. Se o lavrador se dedica à planta para colher o fruto, o trabalhador se dedica a cumprir seus deveres para com seu empregador a fim de ser reconhecido. No contexto em que o provérbio foi escrito era comum haver trabalhadores que cuidavam de tudo que girava em torno do seu senhor, desde as responsabilidades mais importantes até os cuidados mais simples e triviais. Com tanto a fazer, era fácil entrar no ritmo de fazer o mínimo necessário e de administrar as urgências deixando de lado outros afazeres. Mas o provérbio, ainda que indiretamente, atribui essa conduta ao tolo, já que rende ao trabalhador que “trata bem o seu senhor” o reconhecimento de ser um servo fiel e merecedor de “honra” — a qual receberá mais cedo ou mais tarde. Quem cumpre suas obrigações no trabalho com dedicação e vai além, como se servisse ao próprio Senhor, receberá do Senhor e do seu senhor empregatício o que almeja. Se você não quiser agir assim, provavelmente vai olhar para outras pessoas sábias e bem sucedidas, que se esforçaram e foram fiéis aos seus deveres, e dizer que tiveram sorte.

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