Meditação © Amplo Publications
Quanto custa negar a inerrância bíblica? Certa vez, conversando com um pastor sobre textos bíblicos que parecem indicar que Deus foi injusto ou demasiadamente cruel, fui surpreendido com um parecer que não esperava sair da boca de um líder ortodoxo. Ele disse que os textos que atribuem essas ações a Deus não refletem a verdade, mas sim a visão meramente humana dos autores, especialmente do Antigo Testamento. Segundo ele, uma vez que a revelação de Deus foi dada de forma progressiva, os escritores bíblicos mais antigos não tinham uma concepção clara da pessoa de Satanás e, por isso, atribuíam tudo a Deus, inclusive os atos cruéis e injustos que o diabo praticava. O pastor disse que os autores do AT erraram ao fazer isso, mas, mais tarde, o NT forneceu a forma certa de como devemos ver as coisas.
Assim, segundo a concepção daquele colega, o Antigo Testamento tem erros teológicos graves, pois seus autores transpuseram noções pessoais equivocadas para o texto sagrado, trazendo à luz passagens cujas ideias não podem ser acolhidas pelos crentes de hoje, dotados de uma visão doutrinária mais ampla.
Os problemas desse ensino são vários. Em primeiro lugar, confunde “revelação incompleta” com “revelação incorreta”. É verdade que o Senhor nos deu sua Palavra aos poucos (revelação progressiva). Contudo, isso não significa que, em seus estágios iniciais de formação, o texto sagrado trouxesse inverdades. Pensem num bebê. Nenhum nenezinho vem ao mundo plenamente desenvolvido. Esse desenvolvimento ocorre com o passar do tempo. No entanto, não é certo dizer que o bebê é defeituoso. O mesmo é verdade em relação à Bíblia. Seus primeiros livros não trouxeram a revelação plena do que Deus tinha a transmitir. O que trouxeram, porém, era e é “verdadeiro”. Mais uma vez: “Revelação incompleta” não é “revelação incorreta”!
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