Meditação © Amplo Publications
“O insensato revela de imediato o seu aborrecimento, mas o homem prudente ignora o insulto”. Provérbios 12.16
Meu pai fez uma compra em uma padaria pagando a conta com uma nota de 50 reais. Pôs o troco no bolso sem olhar e foi para casa. Chegando lá, percebeu que havia mais de 90 reais no bolso, concluindo que o caixa da padaria achou equivocadamente que ele havia dado uma nota de 100 reais. Imediatamente, voltou ao estabelecimento e disse ao atendente: “Você me deu o troco errado”. A resposta, mesclada por muita ira, foi: “Problema seu! Devia ter visto na hora!”. Então, meu pai, irônico, mas não desejoso de levar vantagem desonesta, disse: “Isso quer dizer que eu posso ficar com os 50 reais a mais que você me deu?”. Ele me disse que dava até dó de ver o caixa se contorcendo com o “papelão” que fez — lição bem dada, a meu ver.
Infelizmente, a precipitação movida à ira do caixa da padaria não é nem exclusividade, nem tampouco rara de se ver. Na verdade, as pessoas são frequentemente guiadas pela ira e fazem coisas que causam sérios problemas. Longe de uma atitude sensata, o “insensato” até se orgulha em dizer: “Comigo é bateu levou”. Por isso, Salomão diz que ele “revela de imediato seu aborrecimento”. Não importa se o dissabor tem razão ou não, ou se é fruto de uma compreensão errada dos fatos. Tão logo o sangue ferva, o tolo responde conforme seu coração corrupto pede. Com isso, situações ruins são criadas a partir do nada e até as circunstâncias mais complicadas acabam por piorar.
O sábio, chamado aqui de “homem prudente”, age de modo bem diferente. Quando a ira faz sua pulsação aumentar, ele “ignora o insulto”, demonstrando sabedoria e autocontrole. Que vantagem ele tem nisso? Todas. Em primeiro lugar, ele não corre o risco de dizer coisas ruins das quais se arrependerá depois. Em segundo, ele terá tempo de analisar a situação corretamente e diminuir o risco de agir em função de uma compreensão equivocada. Finalmente, ele segue a instrução bíblica de não se deixar provocar, entregando a Deus a situação (1Pe 2.23) e não tomando a vingança sobre si (Rm 12.19). O resultado final é que, mesmo injustiçado e agredido, o sábio não perde a razão, nem dá motivos para ser acusado e repreendido. O fato é que agir por impulso, rápida e impensadamente, pode dar alguma satisfação momentânea, mas muito dissabor posterior. Agir como o sábio, protege o homem de problemas maiores e faz com que Deus aprove sua reação. Qual das duas opções você acha a melhor?
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