“As mãos diligentes governarão, mas os preguiçosos acabarão escravos”. Provérbios 12.24
Meu sogro, antes de ser pastor, trabalhou por muitos anos, desde sua adolescência, com forração e decoração de ambientes. Eu pude vê-lo em ação ao decorar o quarto da minha recém-nascida filha e fiquei impressionado com a qualidade do seu trabalho. Por isso, seu trabalho era tão caro e seus clientes eram tão seletos. Ele me contou que certa vez atendeu um desses clientes em uma cidade litorânea e, apesar de o cliente ter pressa de ver o trabalho concluído, todos os dias dizia para meu sogro encerrar o trabalho mais cedo e ir para a praia. Para aquele homem, trabalhar demais não era aconselhável e o bom da vida era matar o tempo com diversão e descanso. Para ele, os paulistas tinham muito a aprender sobre a preguiça.
Salomão não incentivava ninguém a ser um viciado em trabalho, mas certamente sabia e ensinava sobre as consequências da preguiça. Por isso, ele começa falando dos trabalhadores, a quem chama de “mãos diligentes”. Ele não tem em mente somente as mãos, mas toda a pessoa. Segundo sua observação e a sabedoria que lhe foi dada, concluiu que os que não têm preguiça de trabalhar e se esforçam para cumprir seus deveres terão como resultado o fato de que eles “governarão”. Isso não significa ser beneficiado pela sorte, mas alcançar objetivos pelo qual se luta, por vezes, durante muito tempo. Assim, trabalhadores viram patrões e proprietários.
Por outro lado, há também “os preguiçosos”. Trata-se daqueles que sempre arrumam uma desculpa para não cumprirem seus papeis, nem fazerem seus deveres. Nunca adiantam um trabalho, mas o protelam quanto podem. Tornam-se muito hábeis em fazer as pessoas acreditarem que eles estão se dedicando e que o resultado final do trabalho logo virá, mas a realidade é que não aproveitam seus talentos e tentam fazer com que outros assumam suas responsabilidades. Isso tudo pode dar certo durante algum tempo, mas não para sempre. No final, o resultado inevitável é que eles “acabarão escravos”. Nos nossos dias não existe mais a escravidão, mas existem dívidas, processos judiciais e nomes sujos na praça. Por fim, quem trabalha pode descansar depois, mas quem descansa no começo, quando deveria trabalhar, acaba sobrecarregado no final.