mesmo, achando que poderia resolver tudo com um simples estalar dos dedos e uma asseveração firme e grossa de minha voz, dizendo que tudo iria mudar.
A doença, contudo, é primeiramente uma luta interior que muitos não sabem que está sendo travada. De certa forma eu sabia o que se passava comigo, tinha plena consciência dessa lutar interior que me agonizava, embora eu não desse tanta relevância a ela, pois me vinha em forma de dias tristes, mau humor e desilusão da vida, às vezes, mas me conformava com a idéia de que todo ser humano passava por isso, e como uma gripe, em poucos dias era pacificada, ou pelo espírito observador da lei de Deus, ou até mesmo pelo cinismo revestido de sinceras ponderações, que me convenciam de que o homem cresce e muda, as coisas mudam, e eu estava crescendo e mudando.
Quando estamos escovando os dentes, olhamos para nós mesmos, para o nosso rosto, e para nossa boca aberta no continuo vai e vem da escova. Esse ato automático faz com que nossa mente divague por lugares dos mais diversos. Eu não queria isso. Lutava para manter minha concentração no escovar. Não foi fácil, a mente não dá descanso e teima repassar continuamente coisas que marcam nossa vida.
Mas eu precisava pensar diferentemente. Não deveria ofender minha integridade espiritual e carnal. Cada minuto que se passava era uma verdadeira prova à minha capacidade de escravizar os meus pensamentos a uma atitude positiva que me permitisse, pelo menos, durar mais de um dia.
Quando se atenta com esmero para o que se faz, o resultado findará em algo positivo. Eu acreditei nisso. Eu