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1 de junho de 2018

Fofocas e Difamações

“Não fale mal do servo ao seu senhor; do contrário, o servo o amaldiçoará, e você levará a culpa” (Pv 30.10 NVI).


O pregador batista Frank W. Boreham (1871-1959) falava da alma feliz cuja casa fica do outro lado do nada. Ele dizia isso para expressar a dificuldade das relações humanas. Para enfrentá-las, ele utilizava seus dois bolsos. Um deles sempre tinha um buraco no meio e o outro era cuidadosamente observado para que nenhum buraco surgisse. Cada coisa dolorosa que ele ouvia, como insultos, observações grosseiras, fofocas, sugestões imundas, ou qualquer coisa semelhante, ele escrevia em um pedaço de papel e o colocava no bolso com o buraco. Porém, tudo que ele ouvia de verdadeiro e de útil, ele escrevia em um pedaço de papel e colocava no bolso sem buraco. Isso o lembrava de descartar o que era ruim e reter o que era bom.


Esse é um bom exemplo de como lidar com as dificuldades inerentes aos relacionamentos humanos. Contudo, muito pouca gente age assim. A maioria prefere dar atenção especial às conversas maldosas e danosas, revidar às críticas e se vingar de comentários e de relatos ruins. Por isso, Agur orienta seus ouvintes dizendo: “Não fale mal do servo ao seu senhor”. É interessante notar que ele não se preocupa em dizer a razão dos comentários ao patrão, nem a responsabilidade que o servo tem em relação ao seu senhor. O que preocupa Agur, nesse caso, é a reação que aquele servo terá e aquilo que o fofoqueiro terá de enfrentar em função dos seus comentários. Uma coisa é certa: não se trata de um relato justo é necessário, pois o autor não se referiria a tal atividade como “falar mal” do outro, mas como algo parecido com alertar o patrão sobre algum perigo ou injustiça. Assim, percebem-se as más intenções que esse fofoqueiro tem de prejudicar outras pessoas, seja pelo motivo que for.


O resultado de uma ação maldosa ou interesseira desse tipo é que aquele “servo o amaldiçoará e você levará a culpa”. Isso pode tanto se referir ao fato de ele buscar a Deus como juiz contra a maldade, de se vingar daquele que o difamou, ou de desmascarar suas intenções corrompidas. O fato é que, de algum modo, o fofoqueiro corre um grande risco. E, nesse caso, o fofoqueiro não pode apelar para Provérbios 26.2, que diz que “a maldição sem motivo justo não pega”, pois haveria, sim, razão para ser amaldiçoado, sendo merecedor de punição. Por isso, o sábio deve pensar muito bem antes de fazer algo assim. É tentador prejudicar alguém que o prejudicou antes, especialmente se é possível fazê-lo de modo discreto. A fofoca é a tentativa de fazer isso. Contudo, o texto nos lembra de que nenhuma fofoca permanece secreta, por mais que o fofoqueiro peça para que não se diga seu nome. E as consequências sempre vêm, normalmente mais graves e pesadas que a fofoca original, pois é assim que ocorre em casos de vingança. Por isso, tema seus adversários, mas tema ainda mais o Senhor, pois ele é aquele que pune todo tipo de pecado, inclusive fofocas e difamações.

pr. thomas tronco 1

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