Meditação © Amplo Publications

20 de abril de 2016

Futilidades

“O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos” (1Co 3.20).


Até onde posso enxergar, há três formas dominantes de futilidade: a futilidade verbal, a futilidade laboral e a futilidade mental.


A futilidade verbal se expressa, quase sempre, em discursos vazios, em conselhos que não passam de jargões enunciados mecanicamente, em rezas decoradas, em brincadeiras e piadas de duplo sentido (geralmente com sugestões maliciosas) e, principalmente, em conversas tolas que não produzem coisa alguma positiva em quem participa delas.


A futilidade laboral pode ser vista na realização de empreendimentos que não servem para nada. A religião está repleta desse tipo de futilidade. Subir escadas de joelhos, orar no alto de montanhas ou em florestas, fazer jejum de televisão, de música ou de carne vermelha, construir templos “sagrados”, ir ao hospital passar óleo na cabeça dos doentes, ungir automóveis, objetos ou cômodos da casa... Os exemplos no campo da religiosidade são intermináveis.


A futilidade laboral, porém, também se expressa na área do lazer. Nem todo lazer é fútil, mas, para que a recreação seja proveitosa, é preciso que ela traga restauração, aproximação e edificação. A restauração ocorre, em regra, quando o lazer gera descanso e alívio em vez de desconforto e irritação — ver um bom filme, por exemplo, pode aliviar um pouco o estresse. A aproximação se torna real quando o lazer une a família, os amigos e os irmãos em vez de isolá-los ou separá-los — almoços, retiros da igreja, reuniões de congraçamento ou um bate-papo no Starbucks ajudam na aproximação. Já a edificação se concretiza quando o lazer enriquece o caráter, estimula as virtudes, gera aprendizado e faz do indivíduo uma pessoa melhor — viagens, esportes e leituras são formas de lazer que edificam.


Há, contudo, o labor fútil manifesto em formas de lazer que escravizam e são estéreis, transformando as pessoas em gente oca que joga pela janela os melhores anos da vida. Passar horas a fio diante de uma TV e circular incessantemente pelas redes sociais são os exemplos mais comuns desse tipo de lazer. Antes, essas formas de desperdício de tempo eram vistas mais entre os jovens. Hoje, pessoas de todas as idades se entregam a elas.


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pr. Marcos Granconato

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